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Atividades Profissionais e Familiares dos Religiosos

23 de junho de 2016
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais e Notícias | Tags: , ,

clip_image002Em muitas religiões, diferentemente dos católicos, os religiosos como padres e assemelhados possuem famílias e outras atividades profissionais, com resultados satisfatórios.

Monge budista Hisashi Taniguchi também é CEO de uma empresa e se dedica a desenvolver softwares para veículos e equipamentos para deficientes, na foto publicada pelo site da Bloomberg

Os evangélicos afirmam não existir nada na Bíblia estabelecendo que os padres e outros religiosos semelhantes cristãos devam viver no celibato e se dedicar exclusivamente às atividades religiosas. Tudo indica que essas regras foram estabelecidas em concílios, mesmo com a existência, no passado, de muitos papas com filhos conhecidos e exercendo até atividades governamentais. A multiplicação de casos como o de pedofilia está provocando algumas mudanças pragmáticas mesmo dentro da Igreja Apostólica Romana, ainda que existam muitas e apreciáveis resistências.

Nas muitas igrejas protestantes não costuma haver restrições desta natureza, sendo conhecidos pastores que exercem com sucesso variadas atividades profissionais, sendo casados e mantendo suas famílias. Também no budismo observa-se que existem casos de monges com suas famílias e exercendo atividades profissionais, tendo algumas orientações morais que os induzem a preocupações com os outros seres humanos. Mas deve-se reconhecer que também existem distorções, como de outros religiosos que podem ser considerados corruptos pelas legislações civis de muitos países.

Um artigo publicado no site da Bloomberg, de autoria de Anna Kitanaka e Yuki Hagiwara, foca o caso do monge budista Hisashi Taniguchi, que também é o presidente e CEO da ZMP e se dedica ao desenvolvimento de softwares para táxis sem motoristas, como de drones e equipamentos para ajudar os deficientes, com sucesso. É sabido que o treinamento para a meditação dos budistas acaba por favorecer a concentração em algumas tarefas e, no caso deste monge, parece que influenciou nos trabalhos relacionados com a ajuda para as pessoas com algumas deficiências.

Este monge constata que as duas atividades apresentam semelhanças, pois no templo se ensina lançar a luz sobre os que os rodeiam e nos negócios a que ele se dedica são úteis para trazer luz para outros. Normalmente, dentro de uma orientação ecumênica procuro não fazer críticas às religiões, pois cada uma delas estabeleceram seus princípios que devem ser respeitados.

No entanto, tanto no Brasil com em muitos outros países, as instituições religiosas estão isentas de tributações, esperando-se que contribuam com trabalhos positivos para a sociedade, sem fazer discriminações sobre outros que não sigam as mesmas orientações. O que não parece também conveniente é sua participação política, que deveria ficar com os partidos.



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