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Desperdício de Alimentos

6 de junho de 2016
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais e Notícias | Tags: , , ,

Muitos produtos alimentícios que apresentam todas as qualidades para a nutrição acabam sendo descartados por diversos motivos, entre os quais a sua aparência para os consumidores. Esforços estão sendo efetuados para reduzir estes desperdícios.

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Gráfico constante de um artigo publicado no site da Folha de S.Paulo

A jornalista Julliane Silveira publica no site da Folha de S.Paulo um artigo sobre o desperdício de alimentos, notadamente pela sua aparência, o que vem sendo combatido em diversas partes do mundo, e no Brasil o destaque é do Instituto Akatu, que ajudou a organizar o gráfico acima.

O gráfico com percentuais muito gerais e que não podem ser precisos sugere que do total dos desperdícios considerados em 100%, dez por cento ocorreriam nos mercados e nas casas. Nos mercados decorreriam dos produtos que acabam se estragando por não serem vendidos e nas residências com os que não são consumidos acabando indo para o lixo.

O maior percentual, 50% dos desperdícios, ocorreria nos transportes e nas manipulações, tornando-se difícil de ser separado dos 30% que aconteceriam nas centrais de abastecimento, como o Ceagesp de São Paulo. Certamente, parte se perde nos transportes, quando as embalagens não são adequadas e os transportes são longos. As manipulações ocorrem em diversos lugares e é possível que incluam as seleções pelas apresentações dos produtos, mas esta soma parece exagerada.

Somente 10% dos desperdícios aconteceriam nas colheitas, o que parece baixo, sugerindo que estes dados não foram elaborados por especialistas nestas atividades. Muitos produtos ficam estragados nesta fase, até por não contarem com recursos humanos adequados ou equipamentos para tanto.

Do total dos alimentos produzidos, qual seria o percentual geral dos desperdícios? Evidentemente, dependem dos produtos e este percentual é relativamente alto, podendo se fazer um esforço para a sua redução. No final do gráfico, aparecem que 41 mil toneladas estariam sendo desperdiçadas por dia, possivelmente no Brasil, somando 15 milhões de toneladas por ano, mas não se fornece o total produzido.

Haveria que se efetuar um estudo mais cuidadoso para estes dados merecerem a credibilidade desejada. O que se poderia fazer para evitá-los? Existem técnicas que vieram sendo adotadas em todo o mundo para tanto. Uma seria a produção de conservas que, por serem manipuladas, não exigem apresentações atraentes e, se efetuados nos locais onde ocorrem as produções agrícolas, muitos produtos poderiam ser aproveitados antes de sua deterioração. Isto ocorria com maior intensidade no passado.

Os transportes e as embalagens vêm melhorando, com caminhões frigoríficos e aperfeiçoamentos nas embalagens, onde o ovo é um destaque, que nas granjas já são embaladas em caixas que acabam sendo oferecidos aos consumidores, que também podem ser acomodados em volumes maiores adequados para os veículos que serão utilizados, exigindo um mínimo de manipulação, ainda porque são frágeis.

No passado só se colocava o alimento no prato na quantidade que seria consumida, hábito que está sendo abandonado nas famílias deixando que crianças não adquiram a consciência e os hábitos para evitarem desperdícios. Também se deixou de produzir conservas nas famílias.

As centrais de abastecimento estão melhorando no mundo, e podem ser melhorados no Brasil, e na medida em que as feiras estão sendo substituídas por supermercados, não somente de redes, mas pequenos e locais, os seus proprietários acabam encontrando formas de redução dos desperdícios que afetam seus resultados.

No que se referem à data da validade dos produtos alimentícios, muitos estabelecimentos estão encaminhando diariamente os produtos próximos do seu esgotamento para instituições de caridade, para evitar o desperdício. As “liquidações”, ou reduções dos preços também já são práticas usuais.

Mais do que no passado, ao nível das unidades de produção, muitos alimentos já estão sendo limpos e lavados, prontos para ser utilizado pelos consumidores, o que certamente está reduzindo o desperdício. Quanto aos produtos considerados “feios”, as campanhas que estão sendo efetuadas devem proporcionar seus resultados.



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