Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Que me Desculpe o Azerbaijão

20 de junho de 2016
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia e Política, Editoriais e Notícias | Tags: , , | 2 Comentários »

imagePoucos brasileiros, e entre eles eu, conhecem pouquíssimo o Azerbaijão, localizado no Mar Cáspio, fazendo fronteira com a Rússia, o Irã, a Armênia e a Geórgia, que não chega a ser uma maravilha.

Mapa do Azerbaijão

Este país conta com cerca de 10 milhões de habitantes, menos que a cidade de São Paulo, um território de 86 mil quilômetros quadrados, cerca de um terço do Estado de São Paulo, mas possui uma renda per capita próxima da brasileira. Realizou uma competição de Fórmula 1 que impressionou o mundo. Sua pista foi considerada por importantes pilotos como um bom traçado, um desafio para suas habilidades. Enquanto isto, o Brasil está ameaçado de perder a competição realizada em Interlagos, em São Paulo. Precisamos reavaliar a importância do Brasil no mundo.

O Brasil conta com uma população em torno de 200 milhões de habitantes, um território de mais de 8,5 milhões de quilômetros quadrados, uma renda per capita em torno de US$ 11 mil, privilegiado pela natureza, mas passa por um período de dificuldades econômicas, políticas e sociais. As notícias espalhadas pelo mundo sobre o Brasil são preocupantes e entre os países emergentes conhecidos como BRICS está figurando entre os mais problemáticos. É preciso fazer um esforço para recuperar a imagem de até algumas décadas atrás. Não temos condições restritivas que nos conduzam a esta situação vexatória.

cristo

Poucos países são tão abençoados pela natureza como o Brasil

Mesmo nos esportes, temos poucos destaques no mundo e, se perdermos a competição de Fórmula 1, existem razões para tanto, pois não temos mais ídolos que atraiam os interesses do mundo. Até no futebol, uma marca importante do país, estamos numa fase difícil que esperamos superar. A Olimpíada, uma possível vitrine, está eivada de limitações e os problemas merecem maior destaque que as notícias positivas.

Os culpados de tudo isto somos nós mesmos, cada um dos brasileiros, não sendo justo atribuir a culpa aos outros. Não fomos capazes de consolidar uma democracia respeitável, apesar de superado o autoritarismo. O sistema político necessita de aperfeiçoamentos substanciais, pois não temos controles sobre os nossos eleitos, sendo que poucos se lembram em quem votaram. Abusamos do uso dos potenciais que nem estavam sendo explorados como no pré-sal. Consumimos mais do que produzimos, estamos endividados e não conseguimos controlar a inflação apesar de já termos experimentado seus males.

Não conseguimos ter uma visão de prazo mais longo, deixamos a educação sob responsabilidade das escolas, negligenciando os exemplos que os pais devem dar aos seus filhos. Reclamamos da saúde, quando não tomamos medidas preventivas com uma boa alimentação e exercícios físicos. Abusamos de empregos públicos bem remunerados com desperdícios imensos.

Imaginamos que podemos resolver estes problemas objetivos fazendo demonstrações públicas, sem estudar como outros povos para superar suas limitações. Tantos países com limitações mais severas transformaram o “limão em limonada”. É preciso trabalhar um pouco, ainda que a natureza seja dadivosa. “Em se plantando tudo dá”, já registrava Pero Vaz de Caminha, mas é preciso plantar…

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É preciso plantar…

Temos todas as condições para superar as nossas dificuldades sem maiores problemas, mas não parece adequado pensar que as soluções cairão do céu. Não merecemos ser colocados abaixo do Azerbaijão, com toda a consideração que aquele país merece. Precisamos trabalhar um pouco mais, com inteligência, até porque o trabalho nos realiza. Vamos deixar o pessimismo que em nada nos ajuda, sejamos pragmáticos imaginando poder distribuir um pouco melhor o que produzimos.


2 Comentários para “Que me Desculpe o Azerbaijão”

  1. Geraldo
    1  escreveu às 13:05 em 20 de junho de 2016:

    Não existe milagre…2/3 do território do Azerbaijão está sobre reservas de Petróleo. Já era uma região rica (embora pobre em infraestrutura), quando se separou da União Soviética na década de 90. Atualmente está parada no tempo, com disputas políticas internas e grande corrupção. Não serve de exemplo, nem de comparação.

  2. Paulo Yokota
    2  escreveu às 16:48 em 20 de junho de 2016:

    Caro Geraldo,

    Obrigado pelo comentário. Acredito que reservas de petróleo já não são estratégicos, pois tudo indica que nas próximas décadas, com o que já existe para a sua exploração é suficiente, caminhando cada vez mais para energias não poluentes.

    Paulo Yokota


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