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Visando Superar a Crise nos Restaurantes Paulistas

15 de julho de 2016
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais e Notícias | Tags: , , ,

clip_image001Quem ainda frequenta os restaurantes paulistanos, que tendem a contar com menos clientes, fica assustado com a deterioração de suas qualidades que não permitirá superar a crise geral.

Para manter a qualidade dos restaurantes que orgulham os paulistanos, é preciso acentuar a criatividade voltando às tradições mais simples

Os usuários de restaurantes conhecidos de São Paulo percebem que a frequência e a qualidade dos serviços estão se deteriorando e mesmo os mais tradicionais passam por uma crise que precisamos superar com a ajuda de todos. As eventuais críticas visam os aperfeiçoamentos, destacando os esforços efetuados por alguns, caminhando para soluções mais simples.

Visitei um tradicional que continua com alta frequência e fiquei decepcionado, pois seus serviços têm sofrido sensível deterioração. Provavelmente, estão promovendo economias no sentido errado, com o uso de recursos humanos mais precários e ainda pouco conhecedores da atividade. Os responsáveis precisam se empenhar pessoalmente para recuperar a qualidade dos mesmos, voltando a ajudar nestas atividades.

Sem citar o nome quando das críticas, mas mencionando os nomes nos elogios, espera-se que possa ajudar nos aperfeiçoamentos indispensáveis, ao mesmo que se procure conter os preços. Num conhecido restaurante, entre as bebidas oferecidas, escolhi um suco de tangerina, pedindo que viesse sem gelo. O que me foi servido era de laranja com pedras de gelo, o que é lamentável. Como entrada, foi escolhido um carpaccio que veio coberto por uma salada e lascas de queijo parmejano, com muitas alcaparras, para disfarçar a pequena quantidade de carne crua.

Ora, as alcaparras são importadas e caras, com sabor acentuado, que acaba mascarando toda esta entrada de forma desnecessária, e o exagero da quantidade de salada não era o esperado pelo cliente, que desejava apreciar a carne cortada fina. No prato principal, foi solicitado um tagliolini fresco com camarões, coberto por folhas extremamente amargas de rúculas, com molho ao sugo. Ora, existem diversos tipos de rúcula, até os de sabores mais suaves, e o camarão precisa ser fresco que fica com a sua carne firme. Não parece ser um combinação adequada, principalmente o camarão estava bastante mole, indicando que não era tão fresco. A massa, mesmo fresca, deveria estar mais al dente. Isto mostra que a equipe que da cozinha era de funcionários pouco experientes, possivelmente visando economia, sem uma supervisão adequada. Dificilmente, o cliente voltaria ao estabelecimento que já teve dias melhores.

A maioria dos restaurantes está adotando refeições que chamam de executivos, incluindo uma entrada, um prato principal e uma sobremesa. É uma solução prática, com menos alternativas do que à la carte, mesmo com opções para os três itens, acabando por exigir menos experiência dos que estão na cozinha.

Alguns estabelecimentos optam por ingredientes locais e mais abundantes, como acontece no Mocotó, hoje comandado pelo eficiente e criativo chef Rodrigo Oliveira, que apresenta preços acessíveis com culinária de qualidade, sempre mais baratos do que os importados. No Cosí, o chef Renato Carioni, muito criativo, produz as suas próprias massas de forma criativa, apresentando uma culinária simples e barata, mostrando que se pode manter a qualidade que atenda os mais exigentes.

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Chef Renato Carioni do Restaurante Cosí              Chef Rodrigo Oliveira do Restaurante Mocotó

Para que os paulistanos possam continuar a se orgulhar da culinária praticada em São Paulo, com preços e serviços adequados, há que se multiplicar os bons exemplos, contrastando com os estabelecimentos que estão cada vez com menos clientes exigentes.



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