Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

A Demanda de Atum e o Mercado de Tsukiji

30 de agosto de 2016
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais e Notícias, Gastronomia, Política | Tags: , ,

clip_image002A mudança que está ocorrendo no mundo faz com que muitas decisões acabem exigindo um maior cuidado com os aspectos políticos, tanto na sustentabilidade como nas poluições que podem afetar a saúde da população.

Foto de um atum leiloado no mercado de Tsukiji, publicado no artigo do The Wall Street Journal

Na proximidade da mudança do mercado de peixe de Tóquio, de Tsukiji para um local próximo, a governadora Yuriko Koike planeja postergar por alguns meses até a conclusão de um estudo sobre a despoluição do novo local, que antes era um depósito de carvão mineral. Para ela, a possibilidade de contaminação dos alimentos e a saúde dos trabalhadores é um problema relevante, não havendo a necessidade de uma mudança rápida, com vistas às transformações pelas quais passa a metrópole em decorrência das Olimpíadas de 2020. O assunto foi tratado no artigo de Mitsuru Obe e Takashi Mochizuki, publicado no The Wall Street Journal.

Dois governadores anteriores de Tóquio deixaram o posto em decorrência da acusação de corrupções e Yuriko Koike, que foi eleita recentemente, esteve no Rio 2016. Ex-apresentadora de televisão, preocupa-se com sua imagem, mesmo causando problemas para os empresários, que já estavam se preparando para efetiva alteração nos próximos meses. Ela sugere a mudança depois da divulgação dos estudos que estão sendo promovidos.

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Mapa da nova localização do mercado de peixe em Tóquio, constante do artigo publicado no The Wall Street Journal

Num outro artigo publicado no site da Nikkei Asian Review, com base num despacho da agência Kyodo, informa-se que autoridades do Japão, da China, da Coreia do Sul, de Taiwan e dos Estados Unidos estão discutindo restrições mais duras sobre a captura de atum do tipo bluefin na Western and Central Pacific Fisheries Commission. O Japão propôs uma redução drástica por dois anos à pesca deste peixe muito apreciado para sashimi e sushi, se a sua população com menos de um ano continuar declinando por três anos consecutivos. Os japoneses consomem 80% do atum no mundo e informa-se que o seu estoque reduziu-se para 10% do seu pico.

A Greenpeace exige uma moratória de dois anos na sua pesca e os Estados Unidos estão propondo a meta de restaurar a população reprodutora para cerca de 130 mil toneladas em 2030, em comparação com o atual de menos de 20 mil toneladas. Também existem atritos sobre as enguias criadas, sendo que o Japão estaria capturando 70% de todo o mundo.

O que parece ser a tendência atual é que no futuro serão consumidos somente os produtos do mar criados em cativeiro, mas, mesmo assim, como no caso da enguia seus filhotes, são colhidos no mar para serem engordados nos tanques. Não se conseguiu até agora a fertilização das enguias para desova em ambientes artificiais.

Todas estas questões estão exigindo considerações políticas, pois os meios de comunicação estão mobilizando a opinião pública que passa a ser relevante no que vai acontecer no futuro.



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