Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Atuais Olimpíadas Afetadas Pelos Cenários Gerais

14 de agosto de 2016
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia e Política, Editoriais e Notícias | Tags: , ,

clip_image002Apesar da revista The Economist ser uma das mais prestigiadas no mundo, o tratamento que deu a abertura da Olimpíada no Rio de Janeiro destoou do tom da maioria da imprensa mundial.
 
Foto do estranho artigo do The Economist sobre a abertura da Olimpíada com o título “Mais com Menos” (More with Less) com somente cerca de cinco linhas

Apesar do estranho artigo do The Economist contrastar do entusiasmo com a abertura da Olimpíada no Rio de Janeiro registrada pela maioria da imprensa mundial, mesmo constatando ter sido feito mais do que em Londres com menos despesas, abordando os temas tratados, o seu texto inusitadamente curto chama a atenção. Como numa outra matéria publicada no seu site, chama-se a atenção para o reduzido número de recordes mundiais até agora atingido, mesmo ressaltando o brilho da ginasta Simone Biles, medalhista de ouro individual e por equipe, e lembrando que o Rio de Janeiro fica ao nível do mar, como  Londres.
A revista vem apontando as muitas dificuldades enfrentadas pelo Brasil, chegando a sugerir um exame mais profundo quando da escolha de países emergentes para a realização destes eventos mundiais. Mas é preciso reconhecer que a China conseguiu um resultado apreciável, onde as críticas foram mínimas, num cenário econômico e político diferente.
Os resultados esportivos que vêm sendo obtido pelo Brasil também aparenta estar abaixo da expectativa de todos, principalmente das autoridades brasileiras e da opinião pública local. Entre outras informações, estes dois dados parecem sugerir que os cenários econômicos e políticos mundial e local estão afetando os atletas, que enfrentam as dificuldades que atingem o Reino Unido, o Brasil e o mundo. Não parece haver necessidade para apelar para outras dificuldades, pois se acrescentam as preocupações com a saúde e a segurança.
O artigo da revista, um pouco confuso, parece sugerir que ao nível do mar a resistência do ar acaba afetando os resultados quando comparados com países onde predominam altitudes elevadas, como as enfrentadas por jogadores de futebol latino-americanos que disputam seus jogos em locais relativamente altos. Há também opiniões de alguns analistas sugerindo que os limites físicos humanos já foram atingidos, o que seria uma estranha aceitação de um determinismo que está sendo superado pela tecnologia.
Também está se dizendo que o clima está mais diverso do que seria o do inverno brasileiro. Mas deve-se chamar atenção que parte dos jogos também está sendo realizado em locais distantes do Rio de Janeiro, como Manaus e Salvador. Trata-se de um país continental que optou por distribuir parte dos eventos para centros onde existem estádios adequados para um significativo número de espectadores, mas exigem dos atletas deslocamentos por grandes distâncias, para enfrentarem condições climáticas diversas.
O artigo chama a atenção para o policial morto, ainda que outros problemas enfrentados pelo México e até por Munique também tenham sido mencionados. É preciso admitir que os riscos de incidentes desta natureza hoje no mundo são mais elevados. Há, portanto, tantos fatores influindo num evento complexo como o de uma Olimpíada não sendo necessário alimentá-lo com preconceitos adicionais. 



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