Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Redução das Lojas de Departamento no Japão

8 de setembro de 2016
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais e Notícias | Tags: , , , , | 12 Comentários »

Apesar dos esforços das autoridades japonesas, o consumo interno do país não apresenta sinais de recuperação. Muitas lojas das famosas redes de departamento estão encerrando suas atividades.

mapa

Mapa constante do artigo do Nikkei Asian Review

O Japão enfrenta uma redução e envelhecimento de sua população. Os jovens estão cautelosos com seus consumos, pois não contam mais com empregos para toda a vida como no passado quando efetuaram a sua carreira nas grandes empresas depois de formados no nível superior. Hoje, estão sujeitos a empregos temporários e nem contam com iniciativa para iniciar novos empreendimentos, na sua grande maioria.

Os seus pais, cada vez mais idosos, controlam os patrimônios da família, possuindo imóveis mais amplos, mas estão conservadores nos seus gastos e investimentos. Procuram manter estes patrimônios para o custeio do resto de suas vidas e algumas vezes são chamados para acomodarem seus filhos que por ventura tenham perdido os seus empregos.

O Japão contava com muitos turistas asiáticos, mais os que vinham da China e consumiam muito na compra de produtos japoneses. Agora estão retraídos, pois a China aumentou as tributações sobre os produtos importados por estes turistas. Também as produções chinesas melhoraram de qualidade, atendendo as demandas do seu mercado interno.

Somente imóveis continuam com investimentos, como novos complexos e shopping centers, mas muitas de suas vendas precisam se concentrar em menor número de consumidores. As autoridades japonesas tomam medidas com ofertas de créditos baratos, mas, sem uma demanda dinâmica, não encontram tomadores para estes empréstimos.

Eles procuram ser mais agressivos no exterior, como no Sudeste Asiático e até na África, mas a concorrência com outros fornecedores, tanto europeus como a China e os Estados Unidos, é acirrada. Em matéria de infraestrutura no Japão, já existem substanciais investimentos até de longo prazo.

O Japão acaba sendo um exemplo de uma economia desenvolvida que não conta mais com uma demanda dinâmica capaz de estimular a sua economia, mesmo que os juros praticados cheguem a ser negativos.


12 Comentários para “Redução das Lojas de Departamento no Japão”

  1. Josué Brita da Motta
    1  escreveu às 15:35 em 11 de setembro de 2016:

    Li o artigo abaixo e gostaria de uma opinião do senhor.

    Para a TV Globo o Japão é a reserva moral brasileira

    http://cinegnose.blogspot.com.br/2016/07/para-tv-globo-o-japao-e-reserva-moral.html#more

  2. Paulo Yokota
    2  escreveu às 16:30 em 12 de setembro de 2016:

    Caro Josué Brita da Motta,

    Obrigado pela sua questão. Acredito que em todos os países existem aspectos positivos como negativos. Precisamos fazer uma média para termos nós próprios a nossa avaliação. Apesar de existirem muitos aspectos no Japão que merecem a nossa admiração, também possuem seus defeitos. Um povo que vive muito tempo num arquipélago absorve pouco do que vem do exterior, desenvolvendo o que chamam de cultura de Galápagos. Com uma população decrescente e em acentuado envelhecimento, não aceitam com facilidade imigrantes de outros países. Encontram-se estagnados não conseguindo sair da deflação. Os jovens estão pouco motivados e admiram os brasileiros pela sua alegria como demonstrado nestas Olimpíadas, apesar das nossas outras dificuldades. Também do ponto vista moral os dois últimos governadores de Tóquio foram afastados por corrupção. A criminalidade no Japão é relativamente baixa e eles são educados, mas para muitos frios. Estão mudando rapidamente, pois estão bastante deprimidos, com o nível de suicídio bastante elevado. Os laços familiares não são tão fortes como passado, não conseguem resolver os problemas da contaminação de Fukushima bem como outros atingidos pelos desastres climáticos e terremotos. Muitos japoneses idosos estão procurando outros países para seus últimos dias, inclusive o Brasil. Precisamos aprender as coisas boas do Japão e rejeitar seus problemas.

    Paulo Yokota

  3. Ana Carla de Souza Pereira
    3  escreveu às 17:00 em 12 de setembro de 2016:

    Querido, nunca vi um país tão fofo e educado quanto o Japão, sem falar na deliciosa culinária e na maravilhosa cultura. O senhor é muito rigoroso com os japoneses. A tecnologia deles também é algo fantástico. Cada carrão da Toyota, Honda etc. Cada eletrônico bacana da Sony, Panasonic etc. Sou fã do Japão!!!

  4. Paulo Yokota
    4  escreveu às 21:24 em 13 de setembro de 2016:

    Cara Ana Carla de Souza Pereira.

    Obrigado pelo comentário. Tenho dupla nacionalidade e faz parte da cultura japonesa ser mais rigoroso com o seu pais. Não há dúvidas que existem muitas coisas boas no Japão como no Brasil, mas é preciso reconhecer também as dificuldades. Os japoneses poderiam ser melhores quando atuam no Brasil, mas muitos dos seus produtos não estão devidamente adaptados para as condições locais.

    Paulo Yokota

  5. Ives Pamplona
    5  escreveu às 22:10 em 13 de setembro de 2016:

    Senhor:

    Sobre o seu derradeiro comentário, permita-me discordar, pois adoro o meu Honda Civic, a minha televisão Panasonic, o meu par de tênis da Mizuno, o meu relógio Seiko, o meu celular da Sony, o meu ar condicionado da Fujitsu, a minha ferramenta elétrica da Makita, o meu Nissin Miojo etc. Boa noite!

  6. Paulo Yokota
    6  escreveu às 16:54 em 14 de setembro de 2016:

    Caro Ives Pamplona,

    Sou obrigado a conhecer mais do Japão que a maioria das pessoas. Não tenho dúvidas de que existem muitas coisas boas no Japão, mas tenho também um Toyota como um Honda. Os japoneses estão concentrados nos carros que utilizam gasolina e energia elétrica, e os modelos que utilizam o etanol com tecnologia alemã apresentam excessos de consumos. Sobre o Nissin Miojo seria interessante que eliminassem o uso do ciclamato de sódio comprovadamente nocivo para a saúde humana, apesar de dar um sabor interessante. Os aparelhos elétricos japoneses consomem pouca eletricidade, é verdade. Quando critico a culinária japonesa disponível no Brasil, por exemplo, é que conheço muitos “ryoteis” que são restaurantes sofisticados que utilizam técnicas que para serem adquiridos exigem mais de uma dezena de anos de prática. Gostaria que muitos produtos japoneses para serem utilizados no Brasil sofressem algumas pesquisas. Eu cheguei a ser o comissário do governo brasileiro para ciência e tecnologia no Japão, trabalhei em centros de pesquisa como Tsukuba e conheço um “pouco” do Japão. Mas, como ensino-nos Oliveira Lima, precisamos apreciar os seus aspectos positivos, mas também observar o que é negativo no Japão.

    Paulo Yokota

  7. Rodolfo Bezerra Gonçalves
    7  escreveu às 07:20 em 14 de setembro de 2016:

    Prezado, o Japão é uma nação formidável. Vale a pena visitar a Terra do Sol Nascente. Muitos brasileiros têm inveja do Nippon e vivem falando mal…

  8. Paulo Yokota
    8  escreveu às 16:36 em 14 de setembro de 2016:

    Caro Rodolfo Bezerra Gonçalves,

    Muito obrigado pelo comentário. Respeitamos todas as opiniões.

    Paulo Yokota

  9. Igor Santana
    9  escreveu às 19:14 em 14 de setembro de 2016:

    Caro Blogueiro:

    Amo este blog. Informações de primeira qualidade.

  10. Paulo Yokota
    10  escreveu às 21:52 em 14 de setembro de 2016:

    Caro Igor Santana.

    Muito obrigado pelo comentário. Também existem outros blog com elevada qualidade e considerações equilibradas.

    Paulo Yokota

  11. Angelo Ishi
    11  escreveu às 19:00 em 15 de setembro de 2016:

    Resumo, o Japão está numa decadência harmoniosa.

  12. Paulo Yokota
    12  escreveu às 21:24 em 15 de setembro de 2016:

    Caro Angelo Ishi,

    Obrigado pelo comentário. Todos os povos que estão com reduções de populações e envelhecendo passam por necessidades de ajustes. Acredito que o Japão conta com condições para tanto, mas seus dirigentes precisam estar conscientes destas necessidades.

    Paulo Yokota


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