Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Aumento da Influência Chinesa no Futebol Mundial

28 de outubro de 2016
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Economia, Editoriais e Notícias | Tags: , , ,

clip_image002São constantes as informações de grupos chineses adquirindo clubes europeus de futebol ou participações acionárias nos mesmo, chegando até a estampar nas camisetas de algumas expressões em chinês. Um artigo publicado por Shotaro Tani e publicado no site da Nikkei Asian Review trata do assunto que parece merecer até o suporte do primeiro-ministro Xi Jinping.

Camiseta do clube inglês West Bromwich Albion apresentando expressão em chinês, em foto publicada no artigo do site do Nikkei Asian Review

O artigo no Nikkei Asian Review registra que existem diversas teorias sobre a origem do futebol, havendo um manual militar chinês datado por volta de segundo e terceiro século a.C. que apresentava o futebol como uma forma de disputa. Mas, na realidade atual, muitos grupos chineses estão investindo na compra de clubes europeus ou aumentando suas participações nos controles dos seus capitais, chegando até a usar expressões chinesas nas camisetas utilizadas nos jogos, afirmando-se que até o presidente Xi Jinping, que aprecia muito o futebol, estaria estimulando estes investimentos.

Só no futebol inglês, o grupo de Shanghai, Yunyi Guokai, adquiriu o West Bromwich Albion, em agosto último, o Toni Xia Jianton comprou o Aston Villa em maio, o Fuson Group obteve o West Midlands em julho, a Trillion Trophy Asia, de Hong Kong, concluiu a negociação com Birmingham City, somando entre US$ 182 a 243 milhões de investimentos. O Manchester City, quarto lugar na Premier League inglesa, foi beneficiado com recursos chineses. Em dezembro passado, um consórcio chinês adquiriu uma participação de 13% neste clube. Algumas cifras destes tipos de operações não foram reveladas.

Os ingleses são os alvos preferidos dos milionários chineses, havendo rumores que eles estão se interessando nos investimentos de ferrovias que ligam algumas cidades, utilizando o lobby formado por times de futebol, pois alguns clubes estão sediados nestas localidades com interesse na sua ligação com a Capital.

Isto também está ocorrendo em menor escala na Espanha, envolvendo até o Atlético de Madrid, onde o chinês considerado o mais rico do país adquiriu 20% do clube, por intermédio do Dalian Wanda Group, desembolsando 45 milhões de euros. Este grupo assinou um acordo de patrocínio com a FIFA para as próximas quatro copas, aproximando-se da Adidas, Coca-Cola, Gazprom, Hyundai e Visa, tradicionais patrocinadores. Espanyol e Granada contam com participações chinesas. Na Itália, o Inter de Milão conta com participação de 70% dos chineses e Silvio Berlusconi assinou um contrato preliminar para vender 99,9% de sua participação no Milan.

O governo chinês está se programando para que o futebol naquele país se torne um negócio importante, envolvendo operações de US$ 739 bilhões, quatro vezes mais que em 2014, como o que foi feito no Japão. Estão preparando 30 milhões de estudantes chineses do primário e do secundário a jogar futebol em 2020, tendo um estádio de futebol para cada 10 mil espectadores em 2030. Os investimentos neste esporte na China efetuam-se mesmo com eventuais prejuízos atuais.

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          Aquisição chinesa de jogadores estrangeiros, constante do artigo no Nikkei Asian Review

Esta onda chinesa também se espalha por outros países asiáticos, como na Tailândia e Malásia, ainda que em menores escalas. O artigo reproduz uma frase do lendário gerente do Liverpool, Bill Shankly, que afirmou: “Algumas pessoas pensam que o futebol é uma questão de vida ou morte. Eu lhe asseguro que é muito mais grave do que isto”.

Há poucos anos, os brasileiros estranhavam que técnicos e jogadores brasileiros aceitassem trabalhar na China, onde acreditavam que não poderiam mais participar da seleção brasileira. Hoje, está se provando que, além de serem bem remunerados, eles tinham a capacidade de ver um pouco mais longe e continuam sendo convocados para a seleção brasileira.



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