Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Muitas Dificuldades Num Governo Improvisado

29 de novembro de 2016
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais e Notícias | Tags: , , ,

clip_image002Na tentativa de manutenção de um teto nos gastos do governo, alguns artigos como os publicados com certa ligeireza no site da Folha de S.Paulo denotam um quase improviso, como vem ocorrendo no setor de pesca ou no setor industrial.

O setor de pesca no Brasil é quase artesanal, com o predomínio de pequenas empresas

Por mais precárias que sejam as condições herdadas por um governo para um mandato curto, um mínimo de orientação deveria pautar as suas atuações. Todos sabem que o setor de pesca no Brasil continua quase artesanal, com muitos pescadores que não podem atuar em alguns períodos do ano para preservar o estoque de peixes e assemelhados disponíveis no país. Assim, estabeleceu-se que eles receberiam uma ajuda que está sendo reduzida dentro do programa para a limitação das despesas públicas. É verdade que o setor de pesca nunca contou com uma programação que visasse a sua evolução para se tornar algo empresarial. Vai-se retirar o mínimo de suporte, sabendo-se das precariedades nos seus controles, que acabam dando margem às irregularidades. Essa medida, em vez de solução, parece que vai aumentar as suas dificuldades, como consta de um artigo de Valdo Cruz e Laís Alegretti publicado no site da Folha de S.Paulo.

Também no mesmo veículo de comunicação social consta um artigo de Dhiego Maia sobre a falta de planejamento mínimo no setor industrial brasileiro, quando se relaciona com a sua sustentabilidade ao longo do tempo. Diversas observações críticas estão relacionadas mostrando que, no mínimo, em sete setores industriais que deveriam ser fundamentais, como a siderurgia, papel e celulose, cimento, alumínio, químico e petróleo e gás, as empresas contam com instalações obsoletas com o desperdício de energia utilizadas.

O fato concreto é que um setor em deterioração ao longo de décadas acaba ficando com tecnologias não competitivas com as dos outros concorrentes. Com os diversos governos utilizando o câmbio como instrumento para contenção da inflação, o principal instrumento que deveria manter a sua competitividade internacional acabou deixando o setor industrial brasileiro minguando. Poucas são as empresas não obsoletas.

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A produção brasileira de ferro gusa deve estar entre as mais precárias no mundo

A superação destas limitações exige a formulação de uma verdadeira política industrial, o que não vem ocorrendo no Brasil. Sua capacidade de vocalização das suas necessidades continuam sendo reduzida ao nível nacional e somente alguns setores agroindustriais parecem continuar competitivos. Não há como se esperar que as tecnologias ajudem a pensar na sua sustentabilidade, ajudando no processo de preservação do meio ambiente.

Por mais que existam dificuldades governamentais, observa-se que em setores que conseguem manter a competitividade industrial internacional, como no caso das agroindústrias, as tecnologias continuam sendo aperfeiçoadas. Parece necessário que o governo se dê conta que o setor industrial é fundamental para o país poder continuar a se desenvolver, proporcionando empregos de qualidade para a sua população. Não existem opções, trata-se da própria sobrevivência do país como uma nação independente.



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