Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Necessidade de Constantes Desenvolvimentos Tecnológicos

21 de novembro de 2016
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais e Notícias | Tags: , ,

Muitas análises parecem precipitadas como as que colocam em dúvida as possibilidades futuras da região conhecida como Matopiba (confluência do Maranhão, Tocantins, Piauí e oeste da Bahia) para a produção de cereais como a soja. É evidente que sempre o simples aproveitamento de terras como dos cerrados devem ser associados ao investimento em pesquisas tecnológicas para o desenvolvimento de variedades adequadas para as limitações climáticas e outras, que sempre existem, tanto no Brasil e em outras regiões do mundo.

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Mapa constante do artigo publicado no Valor Econômico

Quando as terras chamadas roxas do Norte do Paraná foram utilizadas para a produção de café não se conheciam todos os efeitos climáticos como das geadas que acabou determinando o seu aproveitamento para outras culturas, com a produção do café deslocando-se para Minas e Bahia, principalmente. Também os cerrados do Estado de São Paulo e de Minas Gerais passaram para culturas diversificadas que hoje sustentam uma atividade rural da melhor qualidade. Na Ásia, que sempre viveu de uma grande produção de arroz, acabou-se desenvolvendo com pesquisas novas variedades de arroz resistentes às secas, aos excessos de chuvas, bem como temperaturas elevadas. Hoje se concentra na nova revolução verde nas pesquisas visando arroz com nutrientes de outros cereais para continuar ajudando na produção de alimentos que deverão atender muitas populações do mundo que dependem destes ingredientes.

É evidente que, num primeiro impulso, cerrados das regiões como Matopiba se concentraram nos ganhos de capital possíveis com as terras baratas que tinham condições de serem transformadas em áreas de cultura de cereais. Terão que se complementadas por novas variedades resistentes às fortes variações climáticas que afetam estas regiões.

O artigo de Bettina Barros publicado no Valor Econômico vale a pena ser lido na sua íntegra. Ele menciona a existência de quem acredita que a alternativa no norte de Mato Grosso ou outras regiões limítrofes da Amazônia teriam melhores condições para a produção de soja. No entanto, o desmatamento nestas áreas já sofre fortes resistências ecológicas que impossibilitam tais alternativas, só sendo possível o aproveitamento mais intensivo dos pastos formados nestas regiões, inclusive no Matopiba.

Em países emergentes como o Brasil sempre houve uma forte mobilidade geográfica das áreas rurais, sendo que as mais antigas com terras férteis evoluíram para produções de mais alto valor agregado, como o sul e sudeste brasileiro. Onde foi possível, houve suportes tecnológicos, como da EMBRAPA, que ajudaram a viabilizar outras produções rurais que incorporassem maiores valores adicionados.

Não parece que os problemas que são encontrados, e os climáticos no mundo tendem a aumentar, sejam motivos para pessimismos, desde que acompanhados por pesquisas tecnológicas que ajudem a identificar alternativas interessantes, inclusive de criação de novas variedades de muitos cereais, o que já vem sendo efetuado, ainda que numa intensidade abaixo do desejável.



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