Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Uma Nova Realidade Geopolítica Com a Eleição de Trump

25 de novembro de 2016
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia e Política, Editoriais e Notícias | Tags: , ,

clip_image002Como os Estados Unidos desempenhavam um papel fundamental no Ocidente e no mundo, as novas orientações mesmo pragmáticas de Donald Trump exigem mudanças de posturas geopolíticas que já estão sendo alteradas.

O primeiro-ministro japonês Shinzo Abe apressou-se em solicitar uma reunião com o presidente eleito Donald Trump

De um lado, um país como o Brasil, que não tinha um profundo relacionamento com os Estados Unidos recentemente, acaba ficando com menores preocupações com as mudanças que devem ser parcialmente introduzidas com a eleição de Donald Trump. Países como o Japão e o México, que tinham muitos acordos com os Estados Unidos, sofrem mais intensamente com as dúvidas sobre as mudanças que precisam ser introduzidas, o que já estão ocorrendo em parte, independente da definição das novas posições dos Estados Unidos que só se tendem a se tornar realidades depois da posse do novo presidente em janeiro próximo.

Depois da derrota no Japão na Segunda Guerra Mundial, este país renunciou na sua Constituição de uma Força Armada para cuidar de sua defesa externa, assunto que vem sendo ligeiramente modificado naquele país. Também tendo sido o único povo que sofreu bombardeios atômicos em Hiroshima e Nagasaki, a sua população não aceitava esta triste realidade da necessidade de tornar uma potência nuclear. Assim, a aliança com os Estados Unidos permitia que forças militares norte-americanas estivessem presentes no Japão, mesmo criando alguns problemas locais, para garantir a sua independência externa.

Do ponto de vista econômico, também havia um intenso intercâmbio comercial e tecnológico bilateral, com o Japão financiando parte do déficit orçamentário e de comércio norte-americano, adquirindo títulos da dívida pública dos Estados Unidos. Aos poucos, muitos destes intensos relacionamentos terão que ser diversificados, aumentando os intercâmbios do Japão com a China, com a Rússia, com o Sudeste Asiático e até com a África e a América Latina. Os contatos preliminares já estão sendo feitos.

Não se trata de pequenas mudanças, mas reformas profundas de política externa para que os riscos sejam minimizados. O México, que fazia parte do NAFTA – North America Free Trade Agreement junto com o Canadá e os Estados Unidos, além da redução de seu comércio externo, deve contar com menos remessas dos mexicanos que trabalham para os norte-americanos e enviam parte dos recursos gerados para seus parentes.

Mesmo que as mudanças não sejam tão radicais como nos pronunciamentos durante a campanha eleitoral, sempre se deve tentar a adequação destas dependências exageradas que não sejam controláveis pelas suas autoridades. São alterações geopolíticas de substancial importância, que devem ser implementadas ao longo de um longo período.



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