Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

China Procura Corrigir Seus Desequilíbrios

26 de dezembro de 2016
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia e Política, Editoriais e Notícias | Tags: , ,

clip_image002Mesmo admitindo que a China continue destoando do resto do mundo com seu crescimento, suas autoridades mais elevadas começam a admitir a necessidade de um desenvolvimento mais baixo e correção dos desequilíbrios regionais, como da poluição.

Ponte em arco na província de Yunnan facilitando a ligação com o oeste chinês, inaugurado em novembro último

Em que pesem os avanços científicos que vêm se observando na China, superando os Estados Unidos em muitos setores, as altas autoridades chinesas, como o presidente Xi Jinping e o primeiro-ministro Li Keqiand, admitem que não se possa contar com a meta de um crescimento como de 6,5% ao ano, havendo necessidade de corrigir parte das diferenças regionais daquele imenso país bem como reduzir sua poluição. Um artigo publicado no jornal oficial daquele país, Xinhua, informa que esforços devem ser efetuados para atenuar as diferenças regionais.

As 11 províncias e regiões autônomas da China que compreendem Gansu, Guizhou, Ningxia, Shaanxi, Sichuan, Tibet, Xianjiang, Yunnan, Mongólia Interior, Guangxi e Chongqing representam 2/3 do território daquele país e conta somente com 20% da população. O desenvolvimento das últimas décadas concentrou-se no leste e no litoral onde empresas originárias do exterior foram estimuladas nas muitas zonas especiais de exportação, enquanto o oeste do país não pode contar com os mesmos benefícios, aumentando as disparidades regionais agravadas por diferenças étnicas.

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Mapa da China com suas províncias e regiões autônomas

Os esforços clássicos de desenvolvimento regional como os efetuados no Ocidente estão sendo estimulados, com pesados investimentos na infraestrutrua, concessão de estímulos adicionais para as empresas que se instalarem em toda a região oeste da China, dentro de programas especiais como o Iniciative Belt and Road e o desenvolvimento do rio Yangtze (rio Amarelo, onde está instalado na maior usina do mundo, Three Gorges). Os que conhecem pessoalmente a China sabem que as águas disponíveis naquele país, cruciais para o seu desenvolvimento, são originários da região do Himalaia e escoam em direção ao leste. É uma das causas da insistência em manter o controle político do Tibet bem como promover a imigração para aquela região com populações da etnia Han.

Depois de décadas conseguindo um rápido desenvolvimento da região leste e litorânea, a China volta a utilizar o seu gigantesco mercado interno, consciente que as diferenças regionais não permitem sustentar a sua integridade, com os potenciais distúrbios de suas etnias minoritárias. Mesmo que isto signifique uma taxa de crescimento mais modesto, ainda que acima da registrada no resto do mundo.



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