Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Mais Dados Sobre a Situação Cambial da China

27 de dezembro de 2016
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais e Notícias | Tags: , , ,

Um artigo publicado por Yoichi Takita e publicado no site do Nikkei Asian Review adiciona informações sobre as atuais condições da China no que se refere a sua preocupação em evitar fluxos exagerados de recursos para o exterior.

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Gráfico publicado no artigo do Nikkei Asian Review sobre a reserva de recursos externos da China, que vale a pena ser analisado em sua íntegra

Diante da possibilidade de aumento do fluxo de recursos chineses, notadamente para os Estados Unidos, diante da tendência de elevação dos juros pelo FED – Banco Central Norte Americano e as incertezas decorrentes da política externa a ser adotada pelo presidente eleito Donald Trump, a China já toma medidas para regular este fluxo que pode reduzir ainda mais as suas reservas externas em queda desde meados de 2014, ainda que não tenham provocado uma queda correspondente nas aplicações no Tesouro dos Estados Unidos, como pode ser observado no gráfico acima.

Os investidores chineses são hábeis nas mudanças dos seus ativos e mesmo antes que o dólar norte americano se valorizasse, com a desvalorização das outras moedas, inclusive o yuan chinês, estes fluxos estavam já aumentando há meses, reduzindo as resevas internacionais da China. As informações disponíveis eram que havia aplicações em outros ativos, não somente nos Estados Unidos da parte dos chineses, inclusive no Brasil para alguns projetos elétricos e de sua distribuição.

A China, apesar da nomeação de um amigo de Xi Jinping como embaixador dos Estados Unidos naquele país, está numa situação que pode ser tornar o alvo principal do novo governo norte-americano, diante de dados como os que se seguem.

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Gráficos constantes do artigo no Nikkei Asian Review mostrando os déficits do comércio bilateral, como as tendências das exportações e importações

Estes dados são expressivos e demonstram as causas das críticas que Donald Trump vem formulando, mostrando que a China é responsável por parte importante das quedas das remunerações dos trabalhadores norte-americanos, o que mostraria que aquele país deve ser o alvo principal da mudança da política externa comercial dos Estados Unidos a partir do próximo ano.

Ainda que a China seja relevante nestes problemas, tudo indica que outros países acabarão sendo alvo das mudanças nos Estados Unidos, começando pelo TPP – TransPacific Partnership que muitos analistas já consideram como natimorto. Também o NAFTA – Noth American Free Trade Agreement deve ser reformulado, o que pode prejudicar o México e o Canadá, participantes deste acordo.

Mas os fluxos financeiros internacionais são mais importantes do que os dados do comércio internacional na determinação dos câmbios dos diversos países. Assim, o aumento dos juros que vem sendo promovido pelo FED – Banco Central norte-americano assusta o resto do mundo que já vê suas moedas desvalorizadas para procurar manter a sua competitividade. Mas as empresas de outros países do mundo, não somente as chinesas que operam internacionalmente, são devedoras em dólares norte-americanos, ficando vulneráveis com esta elevação dos juros, inclusive bancos.

O Brasil, mesmo dependendo relativamente pouco dos Estados Unidos, na medida em que depende do comércio e dos fluxos financeiros de outros países, principalmente os emergentes como a China, acaba tendo também suas preocupações.



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