Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Brinquedos do Brasil Ficam Mais Competitivos Com os da China

16 de janeiro de 2017
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais e Notícias | Tags: , ,

 

Se existe um empresário brasileiro que vem lutando pela competitividade da indústria nacional com a chinesa, ele é Synésio Batista da Costa, presidente da Abrinq. Depois de uma visita recente àquele país, ele teve a gentileza de enviar-me alguns dados mostrando que o setor brasileiro continua aumentando a sua competitividade, já recuperada nos últimos anos.

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Os principais custos relacionados com a produção de brinquedos na China estão se elevando, segundo o quadro fornecido por Synésio Batista da Costa, presidente da Abrinq

Todos sabem que os chineses forneciam brinquedos e muitos outros produtos a preços internacionais tão baixos que ameaçavam encerrar as atividades de diversos setores em países como o Brasil. Somente a persistência por longo tempo de muitos empresários como Synésio Batista da Costa, que se recusavam a mudar suas fábricas para aquele país, permitiram que, aos poucos, voltássemos a ser competitivos, mesmo com as desastrosas políticas cambiais que continuam prejudicando as indústrias brasileiras a criarem emprego no Brasil e não naquele país.

Sabe-se que a China não dispõe mais de recursos humanos com salários baixíssimos. Isto faz com que setores como das confecções sejam obrigadas a se transferir para países como Mianmar ou Vietnã e como os brinquedos eletrônicos estão cada vez mais avançados em tecnologia exigem componentes de todo o mundo, recursos humanos habilitados e principalmente empresários de visão de prazo mais longo. Se contarem com as autoridades que tenham as mesmas qualificações, os problemas de curto prazo podem voltar a serem alterados.

Estas situações são dinâmicas e como a China também está passando por uma desaceleração do seu crescimento procura meios para se manter competitiva, inclusive com avanços substanciais em suas tecnologias, inclusive com o uso de robôs. O que parece indispensável é esta visão de prazo mais longo, deixando que os problemas se resumam em medidas de curto prazo, que continuarão flutuando violentamente na chamada nova economia. Com complicações das incertezas de mudanças políticas que estão ocorrendo em todo o mundo.

O Brasil sempre foi um país onde estas mudanças foram rápidas e violentas e os empresários que já estão habituados a estes cenários deveriam estar mais treinados para tanto. Não existe nenhum determinismo econômico que mostre que o Brasil está condenado a se manter com um crescimento econômico mais modesto. Os seus recursos humanos que são fundamentais apresentam uma forte miscigenação étnica e cultural, o que os habilitam a enfrentar situações dinâmicas que se modificam com o tempo.

O que parece indispensável é que os políticos e as burocratas que os cercam tenham a consciência que existem objetivos mais amplos que os atendimentos dos seus interesses pessoais ou grupais, que afetam a toda a população brasileira.



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