Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Crescimento do Sudeste Asiático Com Destaque a Mianmar

17 de janeiro de 2017
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais e Notícias | Tags: , , ,

Ainda que não se possa confiar plenamente nas projeções feitas pelos economistas, mesmo sendo do Banco Mundial, os investimentos dos japoneses confirmam as possibilidades de crescimento destas economias do Sudeste Asiático, com destaque para Mianmar que superou o seu regime autoritário e caminha para uma democracia possível. As taxas mais elevadas de crescimento costumam ocorrer nos estágios iniciais do desenvolvimento.

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Projeções do crescimento feitos pelo Banco Mundial, publicado no artigo no site do Nikkei Asian Review

Quem tem um mínimo de experiência sobre as projeções do desenvolvimento econômico feitos pelos economistas, sabe que os modelos onde se baseiam apresentam muitas dificuldades, não contando com a precisão desejável. No entanto, quando ao mesmo tempo ocorrem investimentos feitos pelo setor privado externo procurando aproveitar as oportunidades destes mercados que surgem, ainda que existam riscos como sempre, pode-se acreditar que não são meros sonhos sem nenhum fundamento.

O desenvolvimento da China influenciou muito a Ásia e o mundo, pois muitos dos custos de recursos humanos como de outros itens relevantes na economia acabaram se elevando, fazendo com que muitos investimentos novos fossem voltados para os países menos desenvolvidos do Sudeste Asiático, que tem uma tradição de trabalho. Quando seus problemas políticos estão sendo superados, as expectativas com relação ao futuro da economia se tornam promissoras. Já começa a surgir uma classe média que demanda produtos produzidos por empresas estrangeiras, como as japonesas.

A Honda, por exemplo, segundo o artigo de Motokazu Matsui, publicado no site da Nikkei Asian Review, informa que está instalando lojas para as vendas de suas motocicletas, que mesmo mais caras que as chinesas gozam do prestígio de serem mais confiáveis, notadamente nos serviços de manutenção, como aconteceu no Brasil.

Alguns automóveis mais modestos, mesmo da Toyota, começam a ser colocados nestes mercados que também já absorvem apartamentos em torres, ainda a custos moderados se comparados com regiões mais desenvolvidas. Produtos alimentícios industrializados também visam estes mercados.

Mianmar conta com 50 milhões de habitantes, sendo que alguns já chegaram à classe média. A contribuição da prêmio Nobel Aung San Suu Kyi tem sido notável no aspecto político e ela afirma que pretende em 50 anos superar Cingapura.

Algo parecido vem acontecendo também com outros países do Sudeste Asiático, como o Vietnã, Indonésia, Tailândia e Malásia, que já possuem um nível de desenvolvimento um pouco mais elevado. O Banco Mundial projeta que é possível estes países registrarem crescimentos acima da média mundial nos próximos anos.

Espera-se que o Brasil também resolva seus problemas políticos e tenha as condições de voltar ao bloco dos BRICS como país emergente, com taxas de crescimento mais elevadas, mas há que se promover muito trabalho que demanda mais tempo, efetuando investimentos notadamente na melhoria de sua infraestrutura básica.



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