Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Entendimento Entre a Honda e a GM nos EUA

31 de janeiro de 2017
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais e Notícias | Tags: , , , | 2 Comentários »

clip_image002Mesmo ambas as empresas negando que o projeto decorre da pressão do governo Donald Trump, elas começam a cogitar da produção conjunta das células de combustível em Michigan, nos EUA.

O vice-presidente da GM para propulsão global, Dan Nicholson, e Toshiaki Mikoshiba, Senior Managing Office da Honda para a América do Norte, anunciam a produção conjunto de células em Detroit em foto publicada no site da Nikkei Asian Review

Um artigo publicado por Toyoki Nakanishi no Nikkei Asian Review informa que uma pequena joint venture entre a GM e a Honda foi criada para a produção de células de combustível a hidrogênio, para começar em 2020. Ainda que esta tecnologia permita o uso de um combustível não poluente, todos sabem que ela exige o estabelecimento de uma rede de postos de hidrogênio para o abastecimento dos veículos, no momento ainda custoso. A empresa japonesa parece disposta a iniciar esta pequena produção nos Estados Unidos, gerando dúvidas de onde serão concentradas as suas pesquisas. Mesmo que todos afirmem que isto não decorre das pressões do governo Donald Trump, os analistas afirmam que isto está no pano de fundo.

Ainda que a joint venture venha sendo anunciada como de igualdade das duas empresas, a GM tem uma dimensão bem maior do que a Honda, que tem que competir no Japão com a Toyota e a Nissan. Há uma aparência que também o exemplo da Nissan com a Renault provoca este tipo de entendimento, pois os grupos maiores necessitam estar num patamar de 10 milhões de veículos ano, com tecnologias de ponta.

A Honda está anunciando que pretende trabalhar como uma equipe com a GM neste pequeno projeto que deve criar cerca de 100 empregos. A Toyota lançou em 2014 o seu modelo Mirai com célula de combustível, com o apoio do Ministério de Economia, Comércio e Indústria do Japão que está subsidiando a infraestrutura para o combustível de hidrogênio, planejando produzir três milhões destes veículos no Japão, que parte terá que ser exportada.

A Honda afirma que está produzindo nos Estados Unidos, pois lá é o maior mercado do mundo para estes veículos. Para a GM, esta parceria é uma bênção, pois está diante das pressões do governo Donald Trump para elevar a produção no país e esta linha está prevista para lançar estes veículos neste ano. O governo do Estado de Michigan dará um subsídio de US$ 2 milhões para esta joint-venture.

Para a imprensa, a Honda explicou que a produção com a GM nos Estados Unidos deve ajudá-la também no Japão, sendo que esta célula é um componente crítico. O fato é que no Japão a concorrência entre a Toyota, a Nissan e a Honda é acirrada e estes projetos estão sendo lançados às vésperas da visita do primeiro-ministro Shinzo Abe aos Estados Unidos, prevista para 10 de fevereiro próximo.


2 Comentários para “Entendimento Entre a Honda e a GM nos EUA”

  1. Daniel Girald
    1  escreveu às 06:48 em 3 de fevereiro de 2017:

    Até me surpreende que a GM esteja firmando uma parceria com a Honda. Vamos por partes: historicamente, além da Isuzu, outro parceiro japonês tradicional da GM sempre foi a Suzuki, e na atualidade a parceria com o grupo Renault/Nissan no segmento de veículos utilitários levaria a crer que a gigante americana poderia aproveitar o estágio bastante avançado de desenvolvimento de uma célula de combustão apta a funcionar com etanol hidratado (com uma graduação mínima de 45% ao invés do mínimo de 80% necessário para um motor convencional a pistão operar com o biocombustível ou do volume de 96% do etanol hidratado comercializado regularmente nos postos brasileiros) que está sendo testada pela Nissan numa minivan que tem uma versão cargueira já comercializada em parceria com a GM nos Estados Unidos.

  2. Paulo Yokota
    2  escreveu às 08:59 em 3 de fevereiro de 2017:

    Caro Daniel Girald,

    Obrigado pelo comentário. Uma nota do Nikkei Asian Review que estou postando informa mudanças que estão ocorrendo no Japão, mas certamente o acordo da GM com a Honda é somente para um componente.

    Paulo Yokota


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