Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

É Conhecido que Crises Geram Oportunidades

28 de fevereiro de 2017
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia e Política, Editoriais e Notícias | Tags: , ,

clip_image002Todos sabem que existente uma tendência mundial atual para a redução dos acordos de livre comércio dificultando a expansão do comércio exterior como mecanismo de ativação das economias. A Comunidade Europeia e o Mercosul, com todas as suas dificuldades, precisam encontrar mecanismos que permitam o aumento do seu intercâmbio para compensar perdas que estejam ocorrendo em outras regiões.

Angela Merkel, chanceler da Alemanha, no encontro recente com o presidente do Uruguai, Tabare Vazquez

Mesmo havendo fortes resistências da agricultura europeia, liderada pela França para maior facilidade da importação de produtos agropecuários da região do Mercosul, o fato concreto é que a Comunidade Europeia e os principais países da América do Sul contam com poucas oportunidades para mudar a tendência atual de redução dos acordos de livre comércio acelerada pelo Brexit e pela nova política de Donald Trump. A discussão dos dois blocos já se prolonga por duas décadas e os seus termos já estão desatualizados, mas um esforço extraordinário precisa ser feito para superar as dificuldades existentes, pois se trata das complementaridades mais evidentes existentes. As disposições políticas que são importantes existem dependendo dos detalhes técnicos que precisam ser superados pelos especialistas.

Ficou evidente que os aliados tradicionais dos europeus e os Estados Unidos passarão por um período difícil de nacionalismo populista, havendo também dentro da própria Europa perigosas tendências nacionalistas. Os entendimentos com os países asiáticos são sempre complexos, até pelas antigas relações de metrópoles e colônias, o que é menos acentuado com os principais países da América do Sul. Estes, entre eles o Brasil, vinham insistindo em avanços dos entendimentos multilaterais como os patrocinados pela OMC – Organização Mundial do Comércio, que enfrenta problemas insuperáveis com os principais líderes mundiais. Há que se estabelecer o mínimo indispensável para manter as portas abertas para aperfeiçoamentos possíveis no futuro, atendendo suas necessidades recíprocas.

É preciso ser pragmático no que seria possível de se estabelecer, mesmo não sendo os ideais. Ainda que o setor rural europeu necessite de produtos como os insumos para as rações e deseje proteger seus produtos finais, como queijos, por exemplo. Do ponto de vista industrial, as melhorias das empresas industriais e infraestruturas competitivas com tecnologias de ponta precisam de grandes importações, para os quais os europeus estão qualificados.

É indispensável que o processo seja o mais aberto possível para não estabelecer vencedores como nas telecomunicações onde não foram os que dispunham de tecnologia de ponta quem ficou com importantes concessões, como no Brasil. Tudo indica que estes processos de aperfeiçoamentos nas concorrências estão ocorrendo, pois o combate à corrupção está acontecendo em todo o mundo.

São tarefas difíceis, mas são as poucas alternativas disponíveis para que a recuperação econômica recíproca possa ser viabilizada.



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