Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Dificuldades Que Se Tornaram Mundiais

20 de fevereiro de 2017
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia e Política, Editoriais e Notícias | Tags: , ,

clip_image002Um artigo publicado por Michael Schuman no site da Bloomberg aponta o desejo de que os líderes asiáticos como Xi Jinping e Narendra Modi fossem suficientemente fortes para ajudar a compensar as dificuldades enfrentadas pelo Ocidente.

Foto constante do artigo publicado no site da Bloomberg, aspirando que os líderes asiáticos fossem mais fortes, quando todos procuram ser cautelosos com o que vem ocorrendo no Ocidente

Ainda que a China ainda seja um país autoritário e a Índia já tenha uma longa tradição democrática nem estes gigantescos países asiáticos que vêm ousando manter um elevado crescimento econômico não podem ignorar o que vem ocorrendo no Ocidente, notadamente em país importantes como os Estados Unidos ou o Reino Unido. Todos dependem das possibilidades de intercâmbio comercial com os países ocidentais que enfrentam dificuldades políticas e econômicas, sendo natural que sejam cautelosos ainda que pretendam melhorar as condições econômicas de suas populações com rapidez, possuindo expressivos mercados internos. Outros países populosos do Sudeste Asiático como a Indonésia ou as Filipinas também desejam ingressar neste bloco que ainda vem mantendo um crescimento acentuado, mesmo com todas as suas dificuldades.

Todos estão observando uma excessiva radicalização de correntes políticas que se tende a generalizar por outros países que enfrentam eleições, tanto na Europa como nas Américas, que recebem um impacto mais direto do que está acontecendo com os países líderes. Isto em nada facilita a cooperação econômica mundial, mesmo que se reconheça que a distribuição dos benefícios do desenvolvimento tenham sido desiguais, havendo camadas da população que estão insatisfeitas.

Até agora o que vem se observando é o agigantamento do setor financeiro que não permite regulamentações restritivas sobre os exagerados fluxos financeiros que influenciam as taxas de câmbio e os custos razoáveis dos juros, sem que ajudem a melhorar a produtividade dos setores produtivos. Aumentam as especulações financeiras com exageradas exuberâncias nas cotações de algumas bolsas. Em vez de ganharem legitimamente com a produção mais eficiente, muitos recursos se tornaram especulativos para obterem resultados de curto prazo.

As poucas tentativas para a regulamentação destes excessos acabam derrubadas pelas autoridades de alguns países, que, sem terem a compreensão adequada do que está acontecendo, ficam eufóricos como se as economias estivessem em recuperação sadia e sustentável a longo prazo. A imprensa, que teve suas receitas afetadas, conta cada vez mais com profissionais menos preparados para análises mais profundas, dando prioridade à velocidade da obtenção de informações exageradamente emocionais que não conduzem ao aumento da produtividade e da produção, mas provocam acentuadas flutuações onde os especuladores se beneficiam.

Países como o Brasil que possuem boas condições para ampliar as suas produções por contarem com recursos naturais e populações miscigenadas étnicas, culturais e religiosas acabam com uma população pouco preparada para análises mais profundas, imaginando que manifestações populares podem provocar o milagre de correção de suas dificuldades, ainda que possam ajudar neste processo se contarem com formuladores das reformas indispensáveis.

Sem o desenvolvimento sustentável não há como atender às necessidades de educação, de saúde, de atendimentos sociais das populações marginalizadas, pois as redistribuições das tributações são mais difícil do que encargos bem distribuídos sobre o aumento dos rendimentos.



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