Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Jornal Afirma Que Três Pessoas Ajudaram na Viagem de Abe

13 de fevereiro de 2017
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais e Notícias, Política | Tags: , ,

Todos sabem que para o Japão os Estados Unidos são fundamentais e quem tem experiência em assuntos internacionais sabe que sem ajuda importante de pessoas chaves não se consegue estabelecer um programa de reuniões relevantes entre dois líderes destes países como ocorreu na semana passada.

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Esquema divulgado no artigo do importante jornal japonês Yomiuri Shimbun

Todos que possuem alguma experiência em assuntos internacionais sabem que sem a ajuda de pessoas estratégicas é muito difícil estabelecer um programa amplo como o que contou o primeiro-ministro Shinzo Abe nos Estados Unidos, começando pelo encontro em Washington com o presidente Donald Trump, uma entrevista conjunto com a imprensa, um convite para a viagem para a Florida no Air Force One, jantar no campo de golfe, pousada no mesmo local para no dia seguinte uma partida de golfe entre os dois líderes, tudo visando o aumento dos conhecimentos recíprocos. Um verdadeiro red carpet, mas, para tanto, providências vieram sendo tomadas desde o ano passado, envolvendo a embaixada do Japão, o setor militar bem como econômico para consolidar os relacionamentos com as pessoas chaves.

O governo japonês tentou aprofundar os relacionamentos olhando quem são as pessoas confiáveis, poderosas e e voltadas à política na Ásia, tarefa que já começou no ano passado, tanto no Japão como nos Estados Unidos. Todos admitem que a lista comece com o genro de Donald Trump, Jared Kushner, sênior adviser do presidente que goza de forte confiança dele e que liderou os arranjos da recente viagem.

O segundo seria Michael Flynn, adviser de segurança nacional, um ex-militar que sabe da importância da aliança militar entre os dois países. Desde outubro do ano passado, o Chief Cabinet Secretary do Japão, Yoshihide Suga, encontrou-se com Flynn, ainda durante a campanha eleitoral. O embaixador do Japão nos Estados Unidos, Kenichiro Sasae, construiu um relacionamento com Jared Kushner e Michael Flynn.

Com relação aos assuntos econômicos, Kenneth Juster, o vice-assistente do presidente para assuntos econômicos internacionais, coordenou do lado dos Estados Unidos. Ele é um burocrata que já foi do Departamento do Estado e do Departamento de Comércio e coordena estes assuntos com o Japão, mas não se sabe quanto.

O governo japonês absteve-se em tentar entrar em contato com Steve Bannon, conselheiro sênior e estrategista chefe de Trump, e Peter Navarro, conselheiro de Trump e chefe do recém-criado National Trade Council, que é o centro do comando da política comercial. Todos consideram Steve Bannon a sombra de Trump, mas como ele se manifestou sobre a supremacia da raça branca é incerto a sua capacidade de implementar a política dos republicanos.

Peter Navarro é crítico da China e se esforça por rever o NAFTA, mas não certo se ele conseguirá. Os japoneses acompanham se ele e Bannon continuarão mantendo suas influências depois da estabilização da nova política dos Estados Unidos.

O governo japonês pretende estabelecer relações individuais com membros do Gabinete que venham a ser confirmados. como o secretário de comércio, Wilbur Ross, e o de defesa, Jim Mattos. E com o vice-presidente Mike Pence, ex-governador de Indiana, com o qual as empresas automobilísticas estão conversando.

É fácil observar que esforços imensos estão sendo feitos pelos japoneses, que até agora obtiveram o sucesso possível, ainda que o custo para o Japão possa ser significativo.

Este tipo de preparação detalhada dos relacionamentos é fundamental para qualquer país. No caso do Brasil, tanto com os Estados Unidos como parceiros importantes como a China e outros países, há que se contar com providências desta natureza. Até o momento, nos Estados Unidos, ainda sem o secretariado completo e mesmo que estivesse, tudo indica que o gabinete do presidente Donald Trump tenderá a ter uma grande importância.



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