Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

A China Supera os EUA nos Gastos Para as Inovações

19 de abril de 2017
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais e Notícias | Tags: , ,

clip_image002[14]Um artigo de Dai Tiran foi publicado no China Daily informando que atualmente a China já supera os gastos em inovações tecnológicas, com base nas pesquisas efetuadas pelo Boston Consulting, uma instituição norte-americana.

O China Daily ilustrou a sua matéria com a foto do trem rápido que a China fornecerá para uma ferrovia a ser construída na Filadélfia, nos Estados Unidos

Um amplo estudo publicado pela Boston Consulting, uma empresa norte-americana, comparando os investimentos em pesquisas que estão sendo feitos nos Estados Unidos e na China, mostra que os chineses já superam os norte-americanos nos investimentos efetuados nos setores estratégicos da economia, desde 2013, para provocar inovações e aumento da sua eficiência econômica. Se este estudo fosse feito por instituições chinesas, poderia se interpretar que estaria contaminado por intenções de publicidade e ideológicas, mas se feito por uma das mais respeitáveis instituições dos Estados Unidos parece indispensável que se considere algo assustador e real, ainda que na média isto não seja uma realidade. O que vem ocorrendo no período final e as tendências para o futuro acabam sendo preocupantes.

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Um dos gráficos publicados nos estudos da Boston Consulting mostrando que a China já investe mais que os Estados Unidos em pesquisas, sendo que em 2018 devem fazê-lo em dobro. Este estudo merece ser lido na sua íntegra

O estudo mostra que estes investimentos em inovações se espalharam na China pelos setores estratégicos da economia, como inteligência artificial, biotecnologia, drones, comércio eletrônico, veículos eletrônicos, telecomunicações móveis, trens de alta velocidade, robótica e supercomputação. Todos sabem que seus benefícios se espalham por toda a economia.

Desde antes da Segunda Guerra Mundial, com o nazismo e o fascismo na Europa, os Estados Unidos acolheraem nas suas universidades muitos capacitados pesquisadores, onde Albert Einsten foi o símbolo mais importante. Deram condições de trabalho nas suas instituições de pesquisa que permitiram o seu desenvolvimento por mais de 60 anos, onde os Estados Unidos se consolidaram como a primeira economia do mundo. Nas últimas décadas, milhares de chineses foram enviados para os Estados Unidos para estudar e se aperfeiçoar.

Hoje, eles estão sendo chamados de volta para a China, que oferece empregos nas universidades e seus institutos de pesquisas, dando todas as condições indispensáveis para os seus trabalhos, que já começam a produzir os seus frutos. Os que imaginam que isto pode ser conseguido em poucos anos e parcos recursos podem estar enganados.

Quando um movimento desta natureza ganha impulso é como se sucesso atraísse sucesso e mais recursos humanos e econômicos acabam sendo alocados, provocando uma tendência que deve perdurar por algumas décadas, no mínimo. Mesmo que muitos considerem que a China conta com um regime autoritário do ponto de vista político, quando alguns chineses alegam que se trata de uma sociedade hierarquizada, como sugerida por Confúcio, há que se admitir que existam competições nas pesquisas.

Seus conhecimentos estão sendo transferidos para as empresas chinesas que estão aumentando sua capacidade de competição internacional, como já acontece em muitos setores que acabam estimulando outros. Ainda que devam enfrentar dificuldades como as reformas que estão promovendo, para dependerem mais do seu mercado interno do que as exportações, tudo indica que o impulso que ganharam acaba agindo como um tsunami, arrasando tudo que encontram como obstáculos à sua frente. É algo assustador que deve ser copiado, no mínimo, em parte.

O Brasil figurava como membro do BRICS entre os países emergentes mais promissores, mas estamos sendo deixados para trás pela China e pela Índia, que também contam com assustadoras populações. Com as atrapalhadas em que estamos envolvidos, não aproveitamos todas as condições que dispomos. Mas é sempre tempo para acordar, vendo o que está acontecendo no mundo. Mas devemos estar conscientes que tudo exige muito sacrifício, trabalho e paciência por um longo período, pois nada pode ser colhido rapidamente. E é preciso que haja um razoável consenso nacional nas metas e estratégias para se chegar aos objetivos.



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