Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

A Ânsia de Fornecer Informações Positivas

26 de abril de 2017
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais e Notícias | Tags: , ,

Todos nós sabemos que o Brasil necessita de informações positivas para neutralizar parte do tsunami de informações sobre corrupções e outras dificuldades. O governo vem aumentando publicidades que acabam sendo meias verdades, pois são evidentes os esforços indispensáveis para a superação dos interesses dos parlamentares que continuam pensando somente nas vantagens para os seus eleitores, pouco considerando as conveniências nacionais.

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Apesar da fonte não estar mencionada, os dados devem ser do Banco Central do Brasil e acabam provocando uma ilusão, pois a base do ano passado que é utilizada é de um período muito ruim

Estes dados exigem qualificações, pois muitos dos chamados investimentos estrangeiros diretos foram efetuados na transferência de propriedades na geração e transmissão de energia elétrica, que antes eram de estatais brasileiras, notadamente para os chineses quando considerado num período mais longo. No passado, algumas das operações desta natureza exigiram a canibalização destas prestadoras de serviços públicos, pois as empresas estrangeiras tinham contraído empréstimos com os bancos que precisavam ser honrados em prazos relativamente curtos. Se estes investimentos não significam aumentos significativos da capacidade produtiva no Brasil, mas meras transferências de propriedades, não podem ser consideradas positivas, principalmente se não proporcionam maiores eficiências.

De forma bastante confusas nos destaques dadas pela imprensa, procura-se disseminar também a ideia de que as contas do comércio internacional melhoraram no começo deste ano, quando comparados com os do mesmo período do ano passado. Os textos dos artigos acabam informando que os dados do ano passado estavam muito baixos, prejudicando a interpretação da comparação.

De outro lado, se as importações de equipamentos não estão aumentando, proporcionando saldos apreciáveis, isto não significa necessariamente algo positivo. O aumento da capacidade produtiva precisa ser mais elevado que as depreciações dos equipamentos já existentes, bem como contribuírem para o aumento da produtividade principalmente das nossas indústrias, tornando-as competitivas com relação às atividades exercidas no exterior. No momento, parece prioritário criar-se mais empregos locais, o que ainda não vem acontecendo para que a ligeira recuperação seja sustentável no prazo médio.

No caso da indústria automobilística que acabou processando algumas exportações há que se comparar com os períodos em que estes dados estavam elevados e não com períodos já recessivos quando as exportações estavam modestas.

Mesmo as reformas que estão sendo anunciadas, se não apresentam melhorias significativas nas distribuições dos benefícios tanto para as empresas como os assalariados, acabam sendo pressionados para novas mudanças. E mesmo medidas aprovadas no Supremo Tribunal Federal, se não divulgadas nas suas súmulas, aparentam a possibilidade de medidas adicionais para salvaguarda dos interesses do governo, como na confirmação das isenções para as entidades filantrópicas.

Há que se atentar em todas as medidas até a consolidação dos benefícios, pois as incertezas acabam gerando apreensões que acabam exigindo margens para as decisões do setor privado.



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