Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Adaptações na Imprensa Brasileira

10 de abril de 2017
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais e Notícias | Tags: , ,

clip_image002Quando se verificam as revistas que estão sobrevivendo no Brasil, observa-se que está havendo uma forte adaptação para manter a qualidade de seus artigos de formas criativas ou procurando associar-se a grupos poderosos com condições para sustentar estas publicações.

 

Capa da edição 181, de março de 2017, da revista Vida Simples

Folheando alguns números recentes da revista Vida Simples, observa-se que seus artigos procuram provocar reflexões sobre os problemas atuais enfrentados pelas pessoas de um razoável nível cultural. Procuram mostrar exemplos colhidos no Brasil e no exterior sobre as vantagens que decorrem do aumento do convívio com outras pessoas, tanto no ambiente de trabalho, antigas amizades mantidas desde a infância ou até de novos relacionamentos com pessoas estranhas que enfrentam dificuldades para intensificar seus contatos com outros. Como seres sociais, mesmo com algumas tendências para se manterem isolados, os artigos procuram mostrar que existem ganhos na qualidade de vida que estão se tornando mais longas. Estas revistas acabam utilizando poucos jornalistas e outros profissionais que possuem experiências construtivas e ainda que não sejam totalmente fiéis aos avanços dos conhecimentos com pesquisas recentes ou sobre acontecimentos passados e históricos procuram o que seriam úteis para as pessoas comuns, não para acadêmicos ou pesquisadores especializados, com redações agradáveis.

Todos sabem que quando as pessoas se tornam mais idosas e tendem a se manter isoladas desenvolvem propensões para a depressão que em nada ajuda na manutenção da qualidade de vida. O próprio conceito de idosos vem se alterando rapidamente e, quando no passado, pessoas com mais de 60 anos eram consideradas parte desta categoria. Hoje, muitos com mais de 80 anos continuam trabalhando ativamente, com perspectivas de viverem até mais 100 anos, mesmo com algumas limitações físicas e mentais que não são mais tão restritivas como no passado.

O que ainda não parece ter sido superado é o conceito que o trabalho é uma forma de se realizar dos seres humanos, havendo muitos imaginando que a aposentadoria com o ócio seja o sonho da maioria. Mesmo existindo quem tenha recursos para continuar viajando e se alimentando ou apreciar simplesmente ler, um grande número de pessoas se sente melhor trabalhando até de forma voluntária, para servir outros seres humanos necessitados.

Outro grupo de publicações procura se relacionar com entidades com condições de lhes darem sustentação na convicção de que existem posições que proporcionam receitas necessárias, mas são indispensáveis para a diversidade de opinião dentro da sociedade onde vivemos.

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Capa da última edição da revista polêmica Piauí que parece estar aumentando a sua tiragem com mais leitores interessados em posições alternativas de maior profundidade

Mesmo com todas as dificuldades da redução dos anúncios que atinge toda a imprensa, bem como a concorrência com os atuais meios eletrônicos intensamente utilizados pelas notícias mais rápidas ainda que superficiais e sujeitas a falsidades e parcialidades ainda não controláveis, estas revistas estão atraindo os leitores que desejam informações mais detalhadas de fontes confiáveis, com o uso possível do bom jornalismo, mesmo com um acirrado espírito crítico ou posições ideológicas claras.

Observa-se que mesmo leitores que não se concentram somente em assuntos políticos ou econômicos estão lendo estas revistas mais polêmicas para se manterem bem informados, para participações como nas eleições com seus votos.

O lamentável é que existe aumento de matérias de merchandise ou patrocinadas que não deixam claras estas condições. Alguns trabalhos de jornalismo investigativos de maior profundidade estão desmascarando estas insinuosas inserções de interesses comerciais, muitas vezes até com distorções prejudiciais.

Os leitores usuais acabam com dificuldades para separar o joio do trigo, sempre difícil até para os que se dedicam às comunicações sociais mais sérias.



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