Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Aumentam os Riscos de Novo El Niño

11 de abril de 2017
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Economia, Editoriais e Notícias | Tags: ,

Entre as agências no mundo que levantam dados sobre as recentes evoluções nos oceanos e na atmosfera destaca-se a NOAA – National Oceanic and Atmosphere Administration, dos Estados Unidos, que acaba de publicar o seu relatório sobre a situação atual e a previsão para o futuro próximo.

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Mapa constante do extenso relatório da NOAA, dos Estados Unidos, constante do relatório de 10 de abril último

Como é sabido, as temperaturas das correntes marítimas no Pacífico permitem estimar com razoável precisão a possibilidade da ocorrência do El Niño, fenômeno atmosférico que afeta a produção agrícola em muitas partes do mundo, inclusive no Brasil. A inflação brasileira recente vem se beneficiando de uma grande safra e dos baixos preços para os produtores rurais, mas ocorrendo o El Niño, lamentavelmente, o quadro tende a se alterar de forma substancial.

Ainda é prematuro para estimar corretamente a probabilidade da ocorrência de tal fenômeno, mas as autoridades brasileiras necessitam começar a providenciar um razoável estoque para enfrentar esta eventualidade.

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Gráfico constante do relatório da NOAA, mostrando que no segundo semestre deste ano a probabilidade do El Niño aumentará

Os especialistas precisam acompanhar a evolução dos dados, pois os aquecimentos das temperaturas das correntes marítimas no Pacífico são relevantes para a estimativa destas possibilidades. Como o mercado interno está fraco para os cereais brasileiros, ainda existe uma possibilidade de que parte da atual safra possa ser mantida como garantia do abastecimento brasileiro, no mínimo para minorar as pressões inflacionárias. Espera-se que as autoridades brasileiras que estão estabelecendo as metas da inflação para o próximo ano levem em consideração estes dados que têm sido muito úteis.

Um artigo de Ana Estela de Souza Pinto e Mauro Zafalon, publicado na Folha de S.Paulo, já começa a aventar esta possibilidade que deve ser levada a sério, mesmo que os preços dos produtos agrícolas estejam fortemente influenciados pela absurda valorização do câmbio, influenciando as pressões inflacionárias.



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