Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Estado Paraná Hoje

10 de abril de 2017
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais e Notícias | Tags: , ,

clip_image002Escrevi um livro sobre o Estado do Paraná quando trabalhava na CIBPU – Comissão Interestadual da Bacia Paraná-Uruguai em torno de 1962 e comparando hoje com o suplemento publicado pelo Valor Econômico, com o visível patrocínio do governo do Estado, observa-se que não houve mudança na sua essência, que continua contando com solos de elevada qualidade e recursos humanos capacitados decorrentes das imigrações que recebeu. As reclamações continuam se concentrando na melhoria de sua infraestrutura de transportes.

Capa do suplemento do jornal Valor Econômico sobre o Estado do Paraná

Todos sabem que o Estado do Paraná recebeu contribuições de diversas correntes imigratórias vindas do exterior. Conta com solos privilegiados como as chamadas “terras roxas” do norte do Estado (que eram vermelhas, que na língua italiana era rossa), os campos da região de Ponta Grossa e os de qualidade intermediária no Sul e Sudoeste do Estado. Recebeu imigrantes do exterior e de São Paulo que, guiados pelas árvores indicadoras de terra de qualidade, foram plantar inicialmente o café, sem se dar conta que as geadas poderiam ser catastróficas, que provocou a sua diversificação para outras culturas. Aproveitando fazendas e sítios de dimensões moderadas, acabaram provocando o desenvolvimento do Estado, contando com cooperativas para a colocação de seus produtos agropecuários no mercado interno e externo.

Ainda hoje, a transposição da Serra do Mar para chegar ao porto como o de Paranaguá exige melhorias na sua infraestrutura de transportes, com portos para receber navios de maior calado. Mas seus rios sempre favoreceram a geração de energia elétrica que chegará até Itaipu, na fronteira com o Paraguai. A natureza propiciou atrações como a Catarata do Iguaçu e suas altas montanhas na Serra do Mar.

Como em qualquer região, o determinante é a qualidade dos recursos humanos que quase tem os padrões europeus, pelo Estado localizar-se entre São Paulo e Santa Catarina, que hoje permite uma atividade diversificada que agrega valor aos seus produtos agropecuários.

O Estado do Paraná sempre contou com uma elite de funcionários públicos que adotaram políticas que inspiradas na Europa se diferenciavam do resto do país, facilitando o intercâmbio com instituições internacionais. Sua classe política também sempre foi moderada, sem nenhuma tendência populista e irrealista, limitando seus investimentos às disponibilidades dos recursos. Alguns investimentos estrangeiros vieram se somar às iniciativas locais, permitindo uma economia razoavelmente equilibrada.

Hoje, há de se dar um passo à frente, onde seus recursos humanos voltam a ser estratégicos. Inserido no Mercosul e com condições para um bom intercâmbio com a Europa, deve alavancar o intercâmbio com o exterior, o que ainda é precário no resto do país. As pesquisas e a transformação dos seus resultados em inovações econômicas no sentido do aumento da eficiência, com razoável distribuição de renda, podem ser exemplos para o resto do país.



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