Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Mudanças Climáticas Afetam as Floradas das Cerejeiras

10 de abril de 2017
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais e Notícias | Tags: , ,

Até o The Economist informa que dois cientistas japoneses apresentam evidências das antecipações das floradas das cerejeiras diante do aquecimento global no mundo. O gráfico abaixo abrangem observações desde os anos 800 e mostram que nas últimas décadas estão se antecipando de forma significativa as épocas das floradas no Japão.

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Gráfico constante do artigo no The Economist que vale a pena ser lido na sua íntegra

As informações sobre as floradas das cerejeiras no Japão cobrem mais de 1.200 anos, antes mesmo da primeira obra-prima do século X, considerada o primeiro romance do mundo, chamado “The Tale of Genji” (Genji Monogatari), que dedica um capitulo ao evento, relatando o que ocorria na corte japonesa naquela época. A revista The Economist informa que dois cientistas japoneses, Yasuyuki Aono e Keiko Kazui, divulgaram os dados que mostram a plena florada das cerejeiras em Kyoto, a antiga capital do Japão neste longo período. No gráfico acima, fica claro que desde os anos em torno de 1800 até hoje há uma clara tendência de antecipação destas floradas determinado pelo aquecimento global que vem ocorrendo, onde os dados estão dentro de um intervalo de confiança, como se costuma apresentar os dados científicos.

Para os japoneses que participam de uma festa chamada hanami (ver as flores), a evolução das floradas que começam no sul mais quente e vai em direção ao norte é uma evolução acompanhada com todo o cuidado, com ampla cobertura da imprensa de forma cotidiana. Existem algumas diferenças locais, como em Kyoto onde, por estar cercada de algumas montanhas, as floradas ocorrem alguns dias depois das outras cidades no mesmo paralelo.

Como já existem grandes aglomerados de cerejeiras em outras metrópoles como Washington e mesmo São Paulo, também existem expectativas sobre as datas das floradas, ainda que as cerejeiras em maior número sejam de variedades como as de Okinawa, mais duradouras e coloração um pouco mais escura. Como São Paulo fica no Hemisfério Sul, o início da primavera nesta região é oposto ao do Hemisfério Norte, onde existem mais cerejeiras, como nas principais metrópoles europeias.

Como o urso panda que serviu até como símbolo diplomático da China, as cerejeiras japonesas acabaram tendo as suas mudas espalhadas por diversos países, doadas até pelo governo japonês, principalmente no Hemisfério Norte. São Paulo é exceção em decorrência do elevado número de imigrantes japoneses e seus descendentes.

O que se lamenta é que o atual governo dos Estados Unidos está subestimando este aquecimento, quando no Acordo de Paris a quase totalidade dos países se comprometeram a efetuar grandes esforços para a redução deste fenômeno. Como o governo de Donald Trump vem alterando a sua decisão em muitos temas, espera-se que também nesta política de combate ao aquecimento global haja uma revisão.



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