Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Economia Chinesa Repetiria a Japonesa?

30 de maio de 2017
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais e Notícias | Tags: , ,

Um artigo publicado por Leo Lewis, Tom Mitchell e Yuan Yang, publicado no Financial Times, refere-se à preocupação de muitos analistas no mundo sobre a evolução atual da economia chinesa. Haveria o risco de repetir os problemas que atingiram a economia japonesa no passado?

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Fotos do Japão e da China mostrando alguns paralelos que estariam ocorrendo com defasagem no tempo publicada no Financial Times, cujo artigo vale a pena ser lido na íntegra

A economia chinesa já atingiu um endividamento da ordem de 250% do seu PIB que certamente é preocupante, há um boom de investimentos em imóveis e nas bolsas na China e no exterior, inclusive de chineses em outros países. Muitas obras de arte estão sendo adquiridas pelos milionários chineses em leilões por valores astronômicos e outras características são semelhantes à bolha na economia japonesa há algumas décadas. Quando ela estourou, acabou determinando décadas de estagnação no Japão. Se isto se repetir com China, o desastre para o mundo seria de grande monta, pois muitos países, inclusive o Brasil, dependem do bom andamento da economia chinesa na atualidade.

O artigo no Financial Times indica que os chineses estão preocupados com estes problemas há algum tempo e o presidente Xi Jinping vem solicitando estudos dos mesmos pelos especialistas para eventuais medidas que evitem os mesmos problemas.

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Os japoneses adquiriram o Rockefeller Center, em Nova York, por um valor absurdo, semelhante a muitos investimentos imobiliários que os chineses estão fazendo atualmente no exterior

A euforia atual na China como dos chineses que moram em Hong Kong e outras localidades com o crescimento de sua econômica, que está ao nível de 6,5% ao ano, gera uma especulação nas bolsas bem como outros ativos como obras de arte. O seu controle é difícil, mesmo que as autoridades chinesas possuam mais instrumentos que os japoneses no passado.

Mas haveria algumas diferenças importantes entre a situação dos dois países, segundo o artigo no Financial Times, como a política cambial, quando os japoneses foram obrigados a provocar uma forte valorização do yen pelo Acordo de Plaza, pois dependiam dos outros importantes países desenvolvidos. No caso da China, não existe constrangimento desta natureza e ela pode manter a sua atual política cambial, o que faz uma grande diferença.

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Vincent van Gogh adquirido por US$ 82,5 milhões pelos japoneses em 1990 e Amedeo Modigliani por US$ 170 milhões pelos chineses

Na bolha japonesa, os turistas japoneses começaram a ir para o exterior em número expressivo, mas estavam estimados em 9,66 milhões, o que está acontecendo agora com 122 milhões de chineses.

Observando o que aconteceu com a bolha no Japão, os chineses já estão tomando medidas para reduzir a euforia, sabendo-se que as autoridades da China possuem mais instrumentos para tanto do que os japoneses, constrangidos pelos demais países desenvolvidos.

Os países emergentes como o Brasil que dependem fortemente do que acontece no exterior, notadamente na China, precisam considerar estes fatos para não serem apanhados de surpresa.



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