Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Riscos das Radicalizações Políticas em Questões Técnicas

25 de maio de 2017
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia e Política, Editoriais e Notícias | Tags: , ,

clip_image002Ainda que seja sempre difícil separar questões técnicas de econômicas com disputas ideológicas e políticas, o estabelecimento preventivo do rating da Moody em níveis mais drásticos para a China não parece o meio mais adequado das disputas com os chineses.

Disputa entre os Estados Unidos e a China, que deveria ser ideológica, passa para o campo técnico com a reclassificação do rating da Moody de forma preventiva para a economia chinesa

Um artigo elaborado por Chris Anetey e Enda Curran publicado no site da Bloomberg informa que a agência Moody reclassificou o rating A1 para a economia chinesa, usando uma dose dupla de cautela diante da possível elevação do endividamento da China para manter o crescimento de sua economia ao nível de 6,5% ao ano, segundo considerações de dirigentes da MSCI, que seria um dos grandes operadores no mercado de recursos internacionais. Isto parece sugerir que a discussão ideológica existente entre as duas maiores potências econômicas do mundo passou também outro campo, além do técnico.

O mundo já se encontra num período complexo, quando o crescimento da economia chinesa em torno dos 6,5% ao ano vai acabar superando, com o tempo, a economia dos Estados Unidos, ainda que estes estejam crescendo excepcionalmente ao nível de 2,5 a 3,0% ao ano, apesar das trapalhadas do atual governo de Donald Trump, que enfrenta inclusive problemas com o seu Congresso.

É claro que cifras como as que estão sendo obtidas pela China, agora superada pela Índia, impressionam os analistas financeiros do mundo, mas até o artigo mencionado registra que existem diferenças no Ocidente e na Ásia sobre o comportamento das economias, nem sempre fáceis de serem compreendidas totalmente. Todos esperavam que houvesse uma desaceleração no crescimento chinês, mas Xi Jinping e seu governo vêm mostrando uma elevada capacidade de manter o crescimento elevado, com reformas que permitem passar da dependência do mercado mundial para a economia interna.

Todos sabem que a economia chinesa, de forma diferente da brasileira, não tem uma elevada dependência do que ocorre na economia mundial, tendo graus de liberdade para depender do financiamento da geração de poupanças locais, ainda que o seu setor bancário apresente problemas incomuns. Todos gostariam que não houvesse interferências nos fluxos financeiros internacionais, onde as regras acabam sendo mudadas para adequar às conveniências da economia chinesa.

São problemas de elevada complexidade para os leigos e até especialistas, mas a discussão está na mesa e deve-se saber, no mínimo, que ela existe.



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