Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Bloomberg Considera Toyota FJ Land Cruiser o Rei do SUV

5 de junho de 2017
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais e Notícias | Tags: , , | 4 Comentários »

clip_image002Mesmo considerando muitos méritos da Toyota no mundo, há que se constatar que a descontinuidade da produção do antigo Bandeirantes da Toyota no Brasil foi possivelmente um erro de estratégia e marketing.

A Toyota fabricou praticamente a mesma versão do seu FJ40 durante décadas sem mudanças significativas. É um testemunho do design intemporal do veículo e mecânica simples e efetiva. Foto constante do artigo no site da Bloomberg, que lembra o Bandeirantes produzido no Brasil no passado

Já registramos neste site que ainda se encontram algumas unidades do Bandeirantes circulando no Brasil com cerca de dois milhões de quilômetros rodados. Perguntei no Japão o “por que” da descontinuidade da produção deste modelo no Brasil que, com mínimas adaptações, hoje é considerado o rei dos SUVs de todas as marcas que proliferam no mundo, expressão usada pela Bloomberg que não é japonesa, não podendo ser considerada uma patriotada.

A explicação dada pelo diretor-superintendente de tecnologia da Toyota mundial na ocasião foi que o seu motor era da Mercedez Benz e não conseguiam produzir um veículo digno deste nome com base no coração que era de outra indústria automobilística.

Certamente foi um erro de estratégia e de marketing, pois se tais veículos não são adequados para o Japão, certamente em países com grande parcela do seu território em áreas rurais são os mais adequados, sendo utilizado também em áreas urbanas, como no Brasil. A Toyota nunca foi capaz de operar em grandes projetos em cooperação com outras empresas, notadamente aquelas que não eram japonesas,

Se ela tivesse prosseguido com a produção deste tipo de veículos, com um motor próprio, certamente teriam no Brasil uma escala digna para competir com as suas grandes concorrentes que se consolidaram no Brasil, pois a própria Toyota considera uma fábrica realmente eficiente e econômica quando produz mais de 400 mil veículos numa de suas unidades, cifra que não atinge desde o início de sua operação no Brasil há mais de 50 anos. E poderia estar exportando para outros mercados no exterior.

Já cometei também o erro estratégico de dividir a produção do Brasil com a da Argentina, visando o mercado da América do Sul. Ora, as produções naquele país vizinho destinam-se, em grande parte, para o mercado brasileiro e muitos dos seus componentes precisam ser importados, pois não se dispõe naquele país de sua produção. Só recentemente a Toyota admite que necessita contar com executivos estrangeiros que conheçam estes mercados, diferentes da japonesa ou dos Estados Unidos, pensando que consegue superar suas limitações com serviços competentes de manutenção.

É evidente que os Estados Unidos, com uma vasta extensão territorial, utilizam também muitos SUVs. São adequados também para a América Latina, para a África, Oriente Médio e países emergentes da Ásia, bem como a Austrália. O artigo publicado no site da Bloomberg traz muitas outras informações sobre as características atuais destes SUVs, valendo a pena ser lido na íntegra,


4 Comentários para “Bloomberg Considera Toyota FJ Land Cruiser o Rei do SUV”

  1. Rubens da Silva Gomes
    1  escreveu às 21:50 em 6 de junho de 2017:

    Paulo, o Toyota Bandeirante é um carro FANTÁSTICO! Sou dono de um e muito satisfeito!

  2. Paulo Yokota
    2  escreveu às 08:22 em 8 de junho de 2017:

    Caro Rubens da Silva Gomes,

    Obrigado pelo comentário. Pena que não tenham continuado com sua produção, com aperfeiçoamentos.

    Paulo Yokota

  3. Daniel Girald
    3  escreveu às 23:39 em 25 de agosto de 2020:

    Um grande erro da Toyota foi não ter trazido o Land Cruiser da série 70, sucessor natural do Bandeirante (derivado da série 40) e que faz sucesso até hoje na Austrália e principalmente na África.

  4. Paulo Yokota
    4  escreveu às 08:39 em 26 de agosto de 2020:

    Caro Daniel Girald,

    O pessoal da Toyota afirma que o Bandeirantes utilizava motores de terceiros, e era preciso contar com um volume para produzir seus próprios motores, o que deveriam ter feito.

    Paulo Yokota


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