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O The Economist Sobre Michel Temer

29 de junho de 2017
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia e Política, Editoriais e Notícias | Tags: , , ,

clip_image002Mesmo admitindo-se que o The Economist não tem mais a importância mundial do passado, um artigo nesta revista não pode ser considerado algo irrelevante, ainda que seja repetição de tópicos mais detalhados na imprensa brasileira.

Foto do presidente Michel Temer na matéria publicada no The Economist com o título “Sorriso de Temer”, que merece ser lido na íntegra.

O artigo no The Economist menciona ser esta a primeira vez que um presidente em exercício é acusado por um procurador-geral da República. Rodrigo Janot baseia a acusação no vídeo e no testemunho de Joesley Batista, que secretamente gravou a conversa com o presidente. A filmagem mostra Rodrigo Loures, um ex-assessor de Temer, recebendo US$ 159 mil, além da promessa de R$ 38 milhões por interceder junto a uma agência antitruste contra a empresa de Batista. Temer protesta inocência dizendo que seu relacionamento com Loures é tudo que o liga ao pagamento.

A revista menciona que mesmo antes disso o prestígio de Michel Temer era de 7% na população, sendo o mais impopular registrado por um governo. Ele se tornou presidente quando Dilma Rousseff, da qual era o vice-presidente, sofreu impeachment, acusada de crime de responsabilidade fiscal. Mas ele conta com apoio onde é importante, na Câmara dos Deputados, o que torna o seu impedimento improvável.

O artigo menciona que Michel Temer teria possibilidade de disputar a reeleição em 2018, bastando uma reativação econômica e uma contenção da Lava Jato. Ele aponta a redução da inflação e um retorno do crescimento no começo deste ano, com resultado de sua política a favor do mercado. A reforma trabalhista permitiria horários mais flexíveis de trabalho e novas contratações estariam em marcha. Quanto à Lava Jato, os políticos de todos os lados estariam sob exame e concordariam com o seu enfraquecimento. O presidente anunciou Raquel Dodge no lugar de Janot e eles esperam que ela tenha uma posição menos cruzada.

Entre os insatisfeitos estariam os petistas, que são contra as reformas e considera a saída de Rousseff um golpe. Algum dia, Lula que é ainda o político mais popular pode ser preso devido aos diversos casos de que é acusado. Tudo isto significaria que Temer tem uma grande chance de se manter pelos seus últimos 18 meses de mandato, apesar de estar vulnerável. O Congresso deseja a reformulação da Previdência Social que provoca um déficit orçamentário de 9% do PIB, embora a recuperação da economia possa aumentar suas receitas fiscais.

O Janot pode apresentar ainda uma série de acusações. Muitos dos auxiliares do presidente já estão presos e Loures pode aumentar a lista em breve. Os brasileiros que protestaram nas ruas estão cansados de demonstrações. Mas outras revelações podem provocar a sua volta às ruas.

Ainda que o artigo seja repetição do que tem sido divulgado, uma matéria no The Economist atinge muitos no exterior que não acompanham as evoluções dos problemas no Brasil continuamente. Neste sentido, ele tem a sua importância, pois muitos já estão com os olhos rigorosos no país sobre o qual existem muitas notícias negativas, infelizmente.



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