Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Mudanças Nas Preferências de Residência dos Chineses

10 de julho de 2017
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais e Notícias | Tags: , ,

clip_image002Um artigo publicado pela geógrafa norte-americana C.Cindy Fan, da Universidade da Califórnia, Los Angeles, no Nikkei Asian Review informa que muitos chineses estão preferindo permanecer no meio rural a ter o privilégio de exercer atividades urbanas permitidas pelo sistema de hukou na China.

Os que possuem o hukou rural só têm o direito de explorar as terras agrícolas, mas agora as preferências estão se alterando. Foto publicada no artigo do Nikkei Asian Review

Em 1978, somente 18% dos chineses residiam nos centros urbanos contando com o hukou para tanto. Em 2015, passaram para 56% em menos de 40 anos, mas está se notando agora nova mudança de tendência com muitos preferindo permanecer no campo. Ainda que não em cifras tão dramáticas, alguns jovens japoneses também estão preferindo voltar para as terras natais dos seus pais, morando na companhia dos seus avós. Tudo indica que em muitos países europeus também existem preferências pela vida no campo, como na França, que permite melhor qualidade, havendo uma proteção para manter esta situação.

Sabidamente, na China, além do aumento substancial da poluição, as diferenças entre os centros urbanos e os meios rurais foram reduzidas, havendo os que estão frustrados com os sonhos de melhoria na qualidade de vida que todos perseguem. Havia opiniões que o sistema do hukou estava obsoleto devendo ser revogado, sendo possível que o seja. Mas muitos preferem explorar as atividades rurais nas terras que estão ainda à sua disposição.

Algumas pesquisas efetuadas mostraram que já não existe este anseio pela mudança do sistema. São vários os levantamentos e em regiões diferentes. Onde foram oferecidos hukou para residência nos centros urbanos, a demanda foi até insignificante. Tudo indica que o hukou rural está mais valorizado do que o urbano. Também deve se admitir que as autoridades chinesas investiram para melhorar a situação no campo.

O que parece evidente é que um sistema obrigatório já não faz sentido, podendo deixar-se aos indivíduos as escolhas. Desde que não hajam diferenças nos serviços prestados pelos governos, central e local, parece difícil planejar e induzir a população a aceitar onde deseja residir e que atividades deseja exercer.



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