Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Toyota Planeja Produzir Autos Elétricos na China

22 de julho de 2017
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais e Notícias | Tags: , , | 2 Comentários »

clip_image002Alguns leitores que nos honram com seus comentários acham que faço merchandise disfarçado, tendo um exagero de preferência na divulgação do brasileiro Carlos Ghosn, quando aproveito esta matéria para informar que meus relacionamentos pessoais com a Toyota são mais antigos e profundos, mas procuro manter a minha independência para elogios como críticas a todos com equilíbrio.

Toyota lançou o RAV4 EV elétrico em 2012, mas parou a sua produção por falta de demanda e planeja produzir em massa autos elétricos em 2019

Já registrei neste site que convidei a vinda de uma missão do Keidanren – Federação das Organizações Econômicas do Japão para conhecer todo o Brasil quando era diretor do Banco Central do Brasil no começo dos anos 1970, desde a Amazônia, passando pelo Nordeste, visitando Brasília como os principais lugares no Sudeste do país. Era uma comitiva de mais de 30 pessoas, sendo que dos dirigentes principais, Shoichiro Toyoda, então presidente da Toyota, era o ultimo na hierarquia japonesa. Depois ele se tornou presidente do Keidanren e encontrei-o pessoalmente muitas vezes, inclusive na sua sede no Japão, na cidade de Toyota, podendo afirmar que gozava de sua amizade para discutir francamente até problemas relacionados como aquela gigantesca empresa no Brasil. Minha inconformidade era que esta empresa, instalada na época de JK, não vinha expandindo tão rapidamente como as demais concorrentes internacionais, que ampliavam suas instalações nas décadas seguintes. Ele me informou que sua opção era instalar uma nova unidade nos Estados Unidos ou na Austrália e considerava que o mínimo era para produzir 400 mil veículos por fábrica, o que não era possível no Brasil, onde a Toyota ainda não atingiu esta cifra. Perguntou-me se como economista eu acharia errada a sua opção estratégica, cuja resposta era evidentemente clara.

Depois que a Nissan conseguiu obter uma bateria elétrica de grande qualidade, sua opção também foi a instalação da sua principal unidade de veículos elétricos na China, o que possivelmente entrará em produção neste ou no próximo ano. Visitei Xangai também em 2010, quando de sua Expo 2010, vi e utilizei o ônibus elétrico que lá utilizavam, que era realimentado de energia enquanto recebia e deixava os passageiros nas suas paradas, sem ligação com fios.

Toda a indústria mundial de veículos está concentrada no uso da energia proveniente do hidrogênio, mas, como até a sua viabilidade econômica haverá um longo espaço de tempo, todos produzirão carros elétricos para este interregno. A Toyota parece optar por modelos de SUVs que seria de maior porte e de preferência dos consumidores chineses, segundo notícia divulgada no Nikkei Asian Review.

O programa mais amplo do grupo Toyota inclui suas outras unidades, como a Denso, Toyota Industries, Aisin Seile e se insere no programa de produzir produtos menos poluentes, visando até o mercado norte-americano, onde poderá colocar muitos dos seus componentes, assemelhado com o programa brasileiro da década de 1970, o Befiex. O governo chinês está estimulando todas as montadoras mundiais para o aumento significativo de veículos não poluentes, dentro do chamado Acordo de Paris.

Espero ter esclarecido alguns aspectos estratégicos que estão ocorrendo no mundo, onde, lamentavelmente, o Brasil não está participando ativamente, mas nunca é tarde…


2 Comentários para “Toyota Planeja Produzir Autos Elétricos na China”

  1. renato Ishikawa
    1  escreveu às 10:48 em 25 de julho de 2017:

    Prof Paulo Y
    Parabens suas colocações, concordo inteiramente da certa a lentidão nas decisões das empresas gigantes japonesas,
    Isto alias eu vivi e sofre quando Presidia a NEC DO BRASIL.
    Eu sempre era contrariado nos meus planos de crescimento da empresa Brasileira.
    Abraços Paulo e muita saude.

  2. Paulo Yokota
    2  escreveu às 17:57 em 25 de julho de 2017:

    Caro Renato Ishikawa,

    Obrigado pelo seu comentário.

    Paulo Yokota


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