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Dificuldades Adicionais Para Shinzo Abe nas Eleições

27 de setembro de 2017
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia e Política, Editoriais e Notícias | Tags: , ,

clip_image002Artigos, como de Elaine Lies publicado no Japan Today, estão informando que o primeiro-ministro Shinzo Abe está acumulando fatores adversos à sua reeleição nas eleições gerais que devem se realizar possivelmente em 22 de outubro próximo.

A governadora de Tóquio, Yuriko Koike, está se destacando como a principal líder nas próximas eleições gerais, onde Shinzo Abe tenta conseguir um novo mandato como primeiro-ministro

Yuriko Koike ainda não anunciou se ela será candidata do Partido da Esperança para as próximas eleições gerais para a Dieta, mas vem ocupando o espaço na mídia japonesa, destacando-se como a líder da campanha eleitoral que se opõe ao atual primeiro-ministro Shinzo Abe. Ele, que imaginava ter uma reeleição tranquila diante da falta de organização dos opositores, está sendo surpreendido pela queda do seu prestígio pessoal nas pesquisas de opinião, que lhe atribui atualmente cerca de 40% a seu favor. E a intensa atividade das diversas correntes políticas contra a renovação do seu mandato, notadamente da governadora Yuriko Koike que o derrotou arrasadoramente nas eleições locais de Tóquio.

Além do novo Partido da Esperança, Yuriko Koike está conseguindo adesões de membros do Partido Democrata, que hoje é o principal opositor do governo atual. Também antigos membros do partido situacionista e de outras de regiões como Osaka estão propensos a se oporem à Shinzo Abe, que também é acusado de corrupção, ajudando uma escola de direita.

Sua política econômica não está conseguindo os objetivos perseguidos, como a volta ao crescimento com uma inflação de 2% ao ano. Também não consegue uma elevação dos impostos para reduzir a dívida pública japonesa. Como todos sabem, a população japonesa continua se reduzindo e envelhecendo, implicando em serviços adicionais para a manutenção dos idosos.

Shinzo Abe acredita que os eleitores estão propensos a apoiá-lo na sua experiência, quando enfrenta problemas como da Coreia do Norte e necessidade de reformas constitucionais para aumentar a capacidade japonesa de defesa externa. Tradicional aliado dos norte-americanos, não está conseguindo adicionar apoios para a sua candidatura diante do baixo prestígio do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

Até o momento, o que vem acontecendo é o aumento de incertezas e se o eleitorado japonês não comparecer maciçamente nas eleições, o atual governo pode ser prejudicado. O voto no Japão não é obrigatório e, numa situação morna, dificilmente os japoneses tendem a se dar ao trabalho de depositar seus votos.

O que se pode dizer no momento, cerca de um mês antes das eleições, é que a oposição está ativa e os situacionistas ainda estão surpresos, sem poder imaginar uma estratégia para estas eleições, quando se esperava que a oposição estivesse desorganizada sem um nome forte para a sua liderança.

É conveniente considerar que a governadora Yuriko Koike está muito ativa e tendo trabalhado na televisão tem grande facilidade de comunicação popular, podendo empolgar uma parte da população. No entanto, os idosos japoneses costumam ser conservadores e não desejam grandes mudanças, ainda que não estejam totalmente satisfeitos com o atual governo de Shinzo Abe.



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