Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Crianças e Cachorros

30 de outubro de 2017
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais e Notícias | Tags: , , ,

imageCom todo o respeito com quem gasta fortunas com animais domésticos de raça, muitas pessoas ficam chocadas com os contrastes com a situação atual das crianças que não podem sequer de alimentar de forma adequada por falta de recursos.

Buldogue Francês, atualmente considerado como o preferido pelos brasileiros, em foto publicada na Folha de S.Paulo

Todos sabem que estes animais, cães e gatos de raça, que gozam das preferências da população brasileira, exigem gastos astronômicos para a sua manutenção, entre as assistências dos veterinários, alimentações com rações, vacinas regulares, banhos e outros cuidados, exercícios físicos etc. Comparados com os chamados “vira-latas” que são mais resistentes por terem sofrido muitos cruzamentos, muitas raças apresentam problemas de consanguinidades, pois suas misturas ficam restritas a poucos reprodutores, tornando-se frágeis na sua saúde. Os custos de sua aquisição são elevadíssimos.

É chocante, no entanto, que na mesma edição a Folha de S.Paulo publica longa matéria de autoria de Mariana Zylberkan e Giba Bergamim Jr. referindo-se aos problemas que os pobres estão passando por problemas de alimentação dos seus filhos, com a atual crise que reduziu os empregos de muitos membros destas famílias.

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Crianças pobres com problemas de alimentação em foto publicada na Folha de S.Paulo, cujo artigo merece ser lido na íntegra

Por mais que estes animais domésticos proporcionem satisfações pessoais para os seus proprietários, é de se acreditar que as vidas dos seres humanos merecem um mínimo de solidariedade, pois fazem parte da comunidade onde vivemos, constituindo os recursos humanos sem os quais não se pode manter o país. Tanto na produção como no consumo que sustenta o Brasil. Até onde se sabe, estes animais domésticos de raça não proporcionam expressivos benefícios à coletividade.

Evidentemente, a questão exige considerações morais, mas as diferenças exageradamente gritantes acabam sendo indicações de uma distribuição profundamente diferenciada da renda e da riqueza, que acaba provocando algumas dificuldades para o funcionamento harmônico de uma coletividade.



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