Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Culinária Coreana dos Mosteiros

2 de outubro de 2017
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais e Notícias, Gastronomia | Tags: , ,

imageUma matéria de Gilherme Magalhães, enviada de Jang-Senong da Coreia do Sul e publicada no suplemento Serafina da Folha de S.Paulo, informa sobre a culinária que poucos tiveram o privilégio de experimentar, que é a alta gastronomia preparada por uma monja, que está se tornando conhecida no mundo.

Foto da monja budista Jeong Kwan da Coreia do Sul, constante do suplemento Serafina da Folha de S.Paulo, que vale a pena ser lido na sua íntegra.

Ainda que não tenha sido num templo como o jornalista Guilherme Magalhães teve o privilégio de experimentar, tive a oportunidade de provar a culinária deste tipo num restaurante fino em Seul para constatar que nada tinha com o que usualmente é apresentado no exterior sobre a cozinha coreana. A entrevista que ele conseguiu relata o aprendizado que a chef Jeong Kwan teve começando em sua casa, que certamente acabou se aperfeiçoando ao longo do tempo num templo.

Esta chef já deu entrevista para o Chefs Table, da Netflix, e conta hoje com 62 anos, tendo o seu trabalho reconhecido em Paris e Nova York, tendo sido convidada a trabalhar no consagrado Le Bernardin, um dos mais famosos no mundo.

A chef informa que há mais de 15 anos muitos começaram a notar que os monges não apresentavam sinais de envelhecimento. Além de não utilizar animais e alguns ingredientes conhecidos, como o alho e a cebolinha, ela não faz uso também de outros três habituais na Ásia, mas não no Brasil. De outro lado, utiliza ingredientes asiáticos não conhecidos no Ocidente.

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Um dos pratos preparados pela monja budista Jeong Kwan, da Coreia do Sul, constante no suplemento Serafina da Folha de S.Paulo

Como quase tudo com uma longa tradição religiosa, a culinária que ela pratica percorreu por longos aprendizados com monges veteranos, passando por aspectos religiosos como estágios diferentes, que envolvem as práticas desta cozinha. Hoje, ela dá aulas sobre os seus estudos havendo até estrangeiros que se interessam em conhecer um pouco desta culinária.

Além das orações, existem também preparações do que chamam colares, que possivelmente são onde se apresentam estes pratos, que costumam também contar com visual de elevada qualidade. Na realidade, não se trata somente dos alimentos, mas da cultura toda onde ela está inserida.

Perguntada sobre seu conhecimento da culinária brasileira, ela afirmou ter pouco contato, mas sabe que os seus conteúdos são ricos e quentes, uma expressão que não corresponde somente à temperatura e o uso de pimentas, mas do calor interno dos ingredientes que são utilizados.

O que é fácil de constatar com facilidade é que as culinárias asiáticas contam com tradições milenares e, mesmo considerando as tradições indígenas do Brasil, elas não são tão sofisticadas e não têm um histórico tão longo, que foi aperfeiçoando o que é melhor ao passar do tempo



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