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Eleições na Câmara Baixa do Japão

23 de outubro de 2017
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais e Notícias, Política | Tags: , ,

imageA imprensa japonesa está dando ampla divulgação da maioria absoluta conquistada na eleição da Câmara Baixa pela coligação governamental formada pelo Partido Liberal Democrata do primeiro-ministro Shinzo Abe e do Komeito, que o habilita a efetuar a reforma constitucional, entre outras mudanças significativas no Japão.

O primeiro-ministro Shinzo Abe posa com a lista dos eleitos para a Câmara Baixa do Japão, assinalados com a marca vermelha, conquistando para a sua coligação a maioria absoluta

Apesar do baixo prestígio popular do primeiro-ministro Shinzo Abe, que não vem conseguindo efetuar um governo brilhante, com alguns casos escandalosos de beneficiamento da sua base à direita, mas conseguindo este resultado está habilitado a efetuar a reforma constitucional para que o seu Sistema de Autodefesa tenha condições de atuar mais firmemente no exterior, na aliança que mantém com os Estados Unidos. É também uma forte expressão que os eleitores japoneses são fortemente conservador e a oposição japonesa está esfacelada, não contando com um programa satisfatório.

Se as eleições tivessem sido desfavoráveis, mesmo mantendo a maioria, haveria a possibilidade que Shinzo Abe ter a conveniência de ceder o seu posto a outro político do seu partido, mas esta hipótese tornou-se mais remota, por enquanto.

A população japonesa, que está se reduzindo e envelhecendo, conta com uma economia que cresce de forma modesta e, apesar de perseguir uma a inflação anual de 2%, não a consegue ao mesmo tempo em que terá que aumentar os impostos de venda que atualmente é de 8% para 10%, visando reduzir o endividamento público. Ele informa que deverá usar parte dos recursos adicionais a serem arrecadados para assistência social, notadamente aos idosos e menos privilegiados da sociedade japonesa.

Os juros para as poupanças japonesas são nulas ou negativas não conseguindo que os japoneses efetuem investimentos expressivos no país, pois conseguem melhores remunerações no exterior. Com a falta de recursos humanos, não consegue liberar imigrantes estrangeiros, mesmo para assistir os idosos dependentes.

Muitas grandes empresas japonesas estão perdendo suas eficiências necessitando incrementar seus relacionamentos com grupos estrangeiros, aumentando executivos do exterior, o que ainda se processa de forma relativamente modesta.

Mas a grande preocupação atual é o aumento do poderio nuclear da Coreia do Norte, com seus foguetes com armamentos nucleares que podem atingir o Japão. Para a sua defesa, depende das forças dos norte-americanos, cujos contingentes estacionados no Japão são motivos de constantes atritos com a população local.

Lamentavelmente, parte da população não está satisfeita com o atual governo, mas a oposição japonesa não foi capaz de formular um programa que resolva estes problemas, que volta a contar também com uma nova bolha imobiliária com enormes edifícios, mesmo que mais de 15% das velhas residências estejam abandonadas.

Portanto, ainda que as eleições tenham sido favoráveis à coligação situacionista, não se pode afirmar que a situação seja totalmente tranquila, havendo possibilidade de algumas mudanças internas em posições importantes do governo, não ficando clara qual a estratégia que será adotada no Japão. São coisas que podem acontecer dentro do sistema parlamentarista.



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