Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Fórum Cidadão Global do Valor Econômico

6 de outubro de 2017
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia e Política, Editoriais e Notícias | Tags: , ,

clip_image001Quando um evento internacional reúne personalidades destacadas como Barack Obama (foto), Martim Wolf e Robert Solomon, tendo na plateia empresários importantes nacionais e estrangeiros, é natural que haja um tempo para se absorver o que de importante foi colocado. Como todos são diplomáticos, o que não foi dito acaba sendo mais importante, pois ninguém deseja colocar a mão no vespeiro, principalmente quando um dos patrocinadores é o Santander e outro é o Valor Econômico.

Com sua longa experiência no comando dos Estados Unidos, Barack Obama procurou mostrar que os atuais problemas mundiais só teriam solução com tolerância e cooperação, numa crítica velada ao atual governo daquele país que prima por colocações xenofóbicas, populistas e nacionalistas. Martin Wolf, do Financial Times, um especialista na China, colocou suas dúvidas sobre o que continuará acontecendo naquele país asiático, reconhecendo que o eixo do poder se deslocou do Ocidente para a Ásia, que também conta com a Índia e outros países daquela região. E o professor Robert Solomon, da Universidade de Nova York, destacou que a globalização é menos expressiva do que se pensa atualmente.

Ainda que todos estes aspectos sejam importantes, possivelmente em consideração a um dos patrocinadores do evento, que é um banco internacional, o Santander, não se mencionou que parte destes problemas atuais começou com os exageros do sistema financeiro que em 2007/2008 submeteu o mundo a uma crise de grandes proporções com empréstimos que foram concedidos para o setor imobiliário que se tornaram impossíveis de serem honrados pelos que adquiriram seus imóveis. Para que não provocassem um desastroso efeito sistêmico, os países ajudaram os bancos com volumosos créditos subsidiários que elevaram substancialmente os fluxos financeiros internacionais, que passaram a ter maior importância que as produções e inovações que estavam sendo introduzidos em toda a economia mundial. Também o quadro político internacional alterou-se com os países asiáticos aumentarem sua importância, enquanto os Estados Unidos e a Europa passam ainda por ajustamentos, que reduziram a sua importância, inclusive com a necessidade de enxugar o excesso de liquidez mundial que contam com juros baixos.

Evidentemente existem problemas graves do ponto de vista político no Brasil e outros países emergentes. Todos procuraram expressar o seu otimismo quando as reformas indispensáveis não estão adequadamente formuladas, havendo necessidade do fortalecimento do sistema democrático que não parece estar em andamento no momento.

Espera-se que os empresários, brasileiros e estrangeiros tenham captado parte dos problemas fundamentais, ainda que pequenas medidas indiquem uma recuperação em andamento, que ainda exigirão muitos trabalhos pacientes ao longo do tempo para que os verdadeiros problemas reais sejam equacionados.



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