Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

A Nova Indústria na China e no Mundo Para 2025

21 de novembro de 2017
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais e Notícias | Tags: , ,

clip_image002Um artigo de Zhang Nan publicado no China Daily, baseado no que foi observado na recente 19ª Feira Internacional da Indústria realizada em Xangai, informa sobre o que será o setor na China e no mundo nas próximas décadas.

Foto da 19ª Feira Internacional da Indústria realizada em novembro em Xangai, com a presença das maiores empresas mundiais

O que foi apresentado pelas empresas chinesas e internacionais na Feira de Xangai confirmou o que já era de conhecimento dos especialistas, mas acaba de ser divulgada também para o público leigo. As gigantescas organizações industriais do mundo estão digitalizando suas fábricas, com processos e sistemas que seus futuros dependem dos avanços tecnológicos, com produções inteligentes, alimentadas por plataformas de nuvens das industriais. Utilizarão máquinas avançadas, sensores conectados à internet, visando o aumento da produtividade, da qualidade e da confiabilidade da produção.

A China pretende dar o tom que será seguido pelo resto do mundo. Estarão dentro do programa “Made in China 2025”, que tem como base melhorias na qualidade. Os produtos, os serviços, equipamentos e sistemas estarão personalizados para os consumidores, empresas individuais e produzidos em massa de forma rápida e de alta qualidade. Serão veículos automatizados, PCs super-rápidos, reservas mais rápidas, compras online de produtos de alta tecnologia, transações financeiras online e à prova de invasões e tudo considerado dentro das possibilidades estatísticas.

A ABB já ofereceu uma breve prévia de tais possibilidades com o seu novo pequeno robô, IRB 1100, que pode lidar com pequenas peças e funções de montagem na fabricação de computadores, equipamentos de comunicação e nos eletrônicos de consumo. A grande demanda chinesa terá que ser atendida parte pelos alemães, atraindo empresas de todo o mundo, esperando-se uma concorrência saudável. A recente reunião do PC Chinês reconheceu a necessidade uso das tecnologias das empresas estrangeiras naquele país.

As grandes empresas chinesas não estão aguardando as orientações governamentais e a CASIC – China Aerospace Science and Industry. A Sany e a Haier, por exemplo, apresentam suas plataformas de nuvem industrial, para disputar este mercado, que ainda conta com muitas empresas estrangeiras. Como as empresas chinesas são estatais, certamente contarão com forte suporte governamental. Cerca de 800 mil corporações chinesas e três mil estrangeiras começam a usar o CASICloud, sendo 90% pequenas empresas privadas. Através do site da mesma, os usuários também podem apresentar suas propostas, num intercâmbio de informações muito rápido para otimizar seus sistemas operacionais. Os robôs da ABB mostraram a velocidade com que podem ajudar a imprensa na disseminação destas informações.

A Siemens criou seu primeiro centro de pesquisas e desenvolvimento para Mind-Sphere em Chengdu, havendo possibilidades de associações com empresas chinesas, como a Hong Kong Science Park e a Shanghai Hytera, bem com muitas outras envolvidas nas áreas de novas tecnologias, com aplicação prática nas atividades produtivas. Algo parecido está acontecendo com a Bosch, como por exemplo, com a Baidu. Outras empresas internacionais como a General Eletric e a Schneider também contam com entendimentos feitos com os chineses, que está servindo de base para operações em outras regiões asiáticas, do Oriente Médio e da África.

Informa-se que uma parte dos desafios decorre da personalização e individualização dos projetos para os clientes que está aumentando a complexidade da automação, exigindo dispositivos inteligentes e ao mesmo tempo flexíveis. A China estabeleceu o objetivo para 300 projetos de demonstração por todo o país até 2020, incluindo 40 provedores de soluções de sistema. A maioria da indústria chinesa ainda trabalha com a fase da indústria 2.0 e precisam contar com assistência para passar a 4.0, o que exige muito trabalho com pequenas indústrias. Observa-se que nesta Feira a intensidade do intercâmbio com as empresas alemãs por parte dos chineses foi intensa. Mas as grandes mundiais também estão presentes, como a Boeing e a Airbus.

Quando se toma conhecimento de operações gigantescas desta natureza em um país emergente como a China, fica-se com a questão do que estaria fazendo o Brasil neste campo industrial. Se não acordarmos com a máxima urgência, corremos o risco de ficar fora do mundo, permanecendo como mero fornecedor de matérias-primas minerais e agropecuários, sem contar com setores dinâmicos das indústrias e serviços.



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