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Confeitos Japoneses de Matchá

3 de novembro de 2017
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais e Notícias, Gastronomia | Tags: , , | 4 Comentários »

clip_image002Quem conhece os confeitos japoneses sabe da existência dos tradicionais que utilizam pastas de feijão azuki, levemente doces e agradáveis, onde o matchá contribui com os sabores das cerimônias de chá. No pós-guerra, absorveram parte do que existe de melhor na Europa, notadamente na França, com bolos e cremes leves acompanhando a suavidade dos confeitos japoneses, que possuem uma personalidade própria, diferenciada das melhores na tradição europeia. (Ginza no Matcha Cake, que levou 16 anos para ser lançado no Tokyo Banana World)

Há algo de zen neste confeito, como se o tempo fosse irrelevante. Simplicidade, sabores suaves, um bolo preparado com muito cuidado, tendo a personalidade do sabor japonês. Utiliza nada menos que o Uji matchá do moinho de pedra de Quioto e os feijões vermelhos levemente doces da região de Tokachi, Hokkaido, cercado por uma camada adicional de creme de leite matchá, pela descrição cuidadosa de Kay, no artigo publicado no Japan Today. Só de ver a foto e ler a descrição já dá água na boca, imagine acompanhando uma chávena quente de um bom matchá.

Embalado como só os japoneses sabem fazer, com algumas unidades, podem servir de um presente refinado do Japão para os que não tiveram a ventura de visitar aquele país. Um pouco de doce raro com um gosto de Japão, que certamente não será esquecido por muito tempo.

Para aqueles que tiveram o privilégio de morar no Japão, estes e outros confeitos, mais ou menos ocidentalizados, mas marcante dos cuidados japoneses, ficam nas lembranças no fundo de nossas almas. Inesquecíveis, que podem ser encontrados em refinados estabelecimentos marcados pelo bom gosto.

Dizem os japoneses que se come também com os olhos, mas também com o olfato, não podendo se isolar somente pelo paladar, pois somos um ser integral, onde todos os nossos sentidos contribuem para nos dar prazer. Mas é evidente que a cultura de cada um dos apreciadores também influi, permitindo um julgamento que é diferenciado por indivíduo.

Sempre existem os que estranham quando veem pela frente um confeito que utiliza uma massa de feijão, ainda que azuki, principalmente quando é doce. Os brasileiros relacionam sempre o feijão com o salgado e, por influência dos portugueses, os doces costumavam ser extremamente acentuados, pois foram eles que os trouxeram da Índia. Mas com os problemas atuais de sobrepeso, estes excessos de açúcar estão sendo reduzidos.

No atual mundo globalizado e os conhecimentos dos efeitos de muitos componentes sobre a nutrição, também nos confeitos há uma forte tendência da composição de muitas diferentes contribuições, enriquecendo tudo que nós conhecemos.


4 Comentários para “Confeitos Japoneses de Matchá”

  1. Daniel Girald
    1  escreveu às 03:09 em 12 de dezembro de 2017:

    Nas poucas vezes que eu comi feijão azuki, tinha sido preparado como um feijão comum do Brasil mesmo. Não cheguei a provar nenhum doce que levasse feijão azuki. Quanto ao matchá, já cheguei a comer um sorvete de matchá. Também já vi no cardápio dum izakaya daqui de Porto Alegre menção a um creme-brulée com matchá, mas esse eu nunca provei.

  2. Paulo Yokota
    2  escreveu às 19:01 em 12 de dezembro de 2017:

    Caro Daniel Girald,

    Acho que V, não sabe o que está perdendo conhecendo tão pouco da culinária chinesa e japonesa.

    Paulo Yokota

  3. Daniel Girald
    3  escreveu às 22:37 em 12 de dezembro de 2017:

    Com a culinária chinesa eu já tive bem mais contato em comparação à japonesa, considerando tanto a mais autêntica quanto algumas versões ocidentalizadas. Talvez o que me agrade mais na culinária chinesa seja a maior ênfase em pratos quentes que na japonesa.

  4. Paulo Yokota
    4  escreveu às 15:57 em 15 de dezembro de 2017:

    Caro Daniel Girald,

    Na maioria dos países do mundo, onde as estações do ano são claras, existem alimentos adequados para cada época. Os chineses, evidentemente, possuem muitos para períodos quentes, assim como os japoneses, que possuem muitos pratos adequados para o outono e inverno.

    Paulo Yokota


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