Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Londres e Suas Funções Bancárias Para Tóquio

7 de dezembro de 2017
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais e Notícias | Tags: , ,

Ainda que as distâncias no mundo tendam a reduzir sua importância, tanto pelas melhorias dos sistemas de transporte como de comunicações, transferir parte das atividades bancárias de Londres para Tóquio seria considerar somente suas vantagens, sem levar em conta seus inconvenientes. Uma matéria de Ken Moriyusu foi publicada na Nikkei Asian Review abordando parte do assunto.

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A Governadora Yuriko Koike está entusiasmada com a possibilidade de transferir parte das atividades bancárias de Londres para Tóquio. Foto publicada no Nikkei Asian Review

É evidente que, com a saída do Reino Unido da Comunidade Europeia, muitas cidades como Frankfurt disputem a possibilidade de receber parte das atividades bancárias de Londres. A hipótese de transferir para Tóquio considera somente as vantagens, sem que também as dificuldades sejam lembradas. O problema certamente não é somente da cidade, mas envolve considerações nacionais do Japão e não deveria entusiasmar tanto a governadora.

O ponto mais relevante parece ser as operações do eurodollar que fogem à regulamentação do Banco da Inglaterra, como também acontece com Nova Iorque, que é regulamentada pelo FED – Banco Central norte-americano. Para contar com maior flexibilidade, foi criado o eurodollar ainda nos anos 1960, quando estas operações se passavam como se fosse num paraíso fiscal, fora de Londres, ampliando as operações como nas Ilhas Virgens e Cayman, cujas regulamentações são tênues.

As autoridades fiscais do Japão sempre consideraram com mais rigor os grupos que operam com suas subsidiárias em paraísos fiscais, pois é evidente que as empresas que as utilizam desejam que parte de suas operações sejam sigilosas e não estejam sujeitas às mesmas regulamentações, principalmente do ponto de vista tributário.

Também é preciso considerar que os horários das operações bancárias diferem do Japão para a Europa, já estando encerradas em Tóquio quando estão funcionando em Londres. Há que se considerar que também os Estados Unidos, que continuam importantes nestas matérias, tenham defasagens adicionais.

Muitas instituições financeiras internacionais que foram apanhadas com irregularidades com o eurodollar já foram punidas, resolvendo-se os problemas com as delações premiadas com penas pesadas. O que parece ter se considerado foi somente a dimensão de Tóquio, que poderia acolher mais estrangeiros contando com serviços que possam ser efetuados em inglês.

Parece mais natural que uma cidade europeia absorva com maior facilidade estes adicionais de serviços, sem grandes problemas. Já existem muitas metrópoles que acolhem instituições internacionais, sendo somente algumas mais. Mesmo na Ásia, deve se lembrar de que Cingapura já é um centro financeiro importante do Sudeste Asiático. Também existem deseconomias de escala, fazendo com que grandes metrópoles tenham problemas adicionais difíceis de serem absorvidos.



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