Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Chineses Deixam o Vale do Silício Voltando Para a China

15 de janeiro de 2018
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais e Notícias | Tags: , ,

Um artigo publicado no site da Bloomberg informa que muitos chineses que estavam trabalhando nos Estados Unidos, como no Vale do Silício, estão retornando para a China, onde lançam novas startups, apesar dos problemas políticos e de poluição que ainda persistem no seu país.

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Gráfico mostrando que mais de 400 mil chineses estão retornando para a China por ano, publicado no site da Bloomberg

Todos sabiam que milhares de chineses estavam estudando em universidades norte-americanas e trabalhando em localidades como o Vale do Silício onde inovações estavam sendo introduzidas em tecnologias de ponta. Agora, apesar dos problemas políticos e de poluição que persistem na China, eles estão retornando para o seu país, diante das perspectivas de novas startups que atendem as necessidades do país, permitindo que muitos deles tenham ganhos expressivos com suas iniciativas.

Wang Yi é um caso, formado em Princeton, que trabalhava na Google, no Vale do Silício, onde sua família vivia muito bem. Superada a resistência de sua esposa, retornaram para começar sua própria empresa em Xangai, apesar de substituir sua confortável casa na Califórnia pela poluída China. Ele criou uma startup que já faturou US$ 100 milhões em meados do ano passado, para concorrer com a Facebook.

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Wang Yi mudou-se da Califórnia para Xangai, onde sua startup já é um sucesso. Foto publicada no site da Bloomberg

Como ele, muitos chineses estão retornando para a China por dominarem tecnologias da próxima geração, como inteligência artificial e aprendizagem por equipamentos avançados. Os recursos do governo chinês são abundantes para estas iniciativas e muitos almejam sucessos como os obtidos pela Alibaba. Também a Baidu já compete com a Microsoft.

Outro caso de sucesso é o de Qi Lu, que está se dedicando a inteligência artificial. Um grupo de pesquisas se formou no Center for China & Globalization, onde mais de 10% são de retornados do exterior.

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Qi Li é outro caso de retorno para a China onde trabalha com inteligência artificial competindo com o Google. Foto publicada no site da Bloomberg

Segundo a Bloomberg, dos 850 mil engenheiros que trabalham com a inteligência artificial nos Estados Unidos, 7,9% são chineses que foram estudar naquele país. Retornando para a China, estão se juntando a outros chineses que se formaram no seu país para atuarem nestes setores de tecnologia de ponta.

A intensa aplicação da internet na China estimula muitas novas iniciativas, contando com um mercado amplo diante da dimensão de sua população. Os especialistas chineses entendem que a oportunidades no seu país seja superior ao que encontram em localidades como o Vale do Silício. WeChat e Tencent são exemplos de pequenos grupos que já conseguiram prestígio internacional. Os 751 milhões de chineses que utilizam a internet acabam gerando oportunidades para os que foram treinados no exterior. A inteligência artificial já constitui uma indústria que demanda US$ 59 bilhões de recursos, necessitando de pessoal que atue no setor, segundo o artigo no site da Bloomberg.

Xu Wanhong, que deixou o programa de Ph.D. de informática da Universidade de Carnegie Mellon, informa que ele não foi para os Estados Unidos para morar numa casa de luxo, mas para enfrentar problemas interessantes.

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O crescente número de asiáticos atuando em grandes organizações de tecnologia avançada nos Estados Unidos. Gráfico publicado no site da Bloomberg

Estes chineses que trabalhavam nos Estados Unidos estão encontrando oportunidade para rápida ascensão social na China, com os conhecimentos que adquiriram. Ainda que numa escala muito menos expressiva, os brasileiros também se dirigiram para o exterior e na medida em que o Brasil começa a retomar o seu crescimento surgem novas oportunidades para aqueles que possuem conhecimentos de alta tecnologia, que estaremos necessitando no futuro. As oportunidades de expressivos ganhos, ainda que envolvam riscos, já existem como está ocorrendo na China.



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