Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Dificuldades dos Nikkeis Trabalharem no Japão

3 de janeiro de 2018
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Economia, Editoriais e Notícias | Tags: , ,

Um artigo publicado no Japan Today informa que os nikkeis de quarta geração (bisnetos de japoneses), para serem aceitos no Japão, terão de possuir, possivelmente, proficiência em língua japonesa conversacional ao chamado nível N4. Aguarda-se uma nova regulamentação a ser divulgada nos próximos meses.

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Mesmo o Japão sendo um arquipélago com uma população decrescente, lutando com a falta de recursos humanos e vivendo num mundo globalizado como o atual, continua impondo restrições para quem deseja emigrar para lá, tendo sangue japonês (os japoneses consideram o sangue japonês relevante, pois não usam o jus solis como no Brasil). Atualmente, se admite até o chamado sansei (terceira geração), mas está se elevando a qualificação como o domínio da conversação em idioma japonês. Entre os que desejam trabalhar no Japão, estão principalmente os brasileiros e peruanos, que enfrentam um desemprego elevado.

Isto acaba gerando uma proliferação de emigrantes ilegais asiáticos que, indo para o Japão para se aperfeiçoarem como trainees, acabam sendo contratados irregularmente para trabalhos permanentes. Fica difícil compreender se esta situação é preferível para o Japão, mesmo admitindo que muitos descendentes de japoneses, principalmente da América do Sul, tenham criados problemas legais, pelos quais podem ser punidos no Brasil.

As muitas dificuldades enfrentadas pelos brasileiros já reduziram substancialmente os que continuam no Japão. O elevado desemprego no Brasil exige que muitos procurem formas de suas sobrevivências até no exterior, onde existem muitas dificuldades.

Eu, pessoalmente, possuo dupla nacionalidade, pois nasci antes da Segunda Guerra Mundial e fui registrado no Consulado Geral do Japão, como muitos outros de outras nacionalidades. Não foi por minha opção pessoal, mas a legislação estabeleceu esta regra e não perdi a nacionalidade brasileira. O que posso é somente lamentar esta atual situação esdrúxula, pois sendo uma legislação japonesa não podemos influir em seus detalhes.



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