Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Esperanças nas Conversas das Duas Coreias

3 de janeiro de 2018
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais e Notícias, Política | Tags: , , ,

clip_image002Os esportes já foram utilizados para superar situações de política internacional de extrema complexidade. Agora se utiliza a Olimpíada de Inverno de 2018, que será realizada em Pyecong Chang para tentar um mínimo de entendimento entre a Coreia do Norte e a Coreia do Sul diante das tensões existentes devido aos lançamentos de foguetes pelo Norte e o boicote das Nações Unidas para o comércio internacional daquele país. A Coreia do Norte espera enviar uma delegação à Coreia do Sul para participar do evento, o que implica em negociações entre os dois países.

Logotipo de PyecongChang 2018 entre 9 a 25 de fevereiro próximo

O tempo disponível é extremamente curto, mas a situação da Coreia do Norte é desesperadora. Ela não conta nem mesmo com o abastecimento de petróleo bem como de alimentos indispensáveis para a sua população. O presidente da Coreia do Sul, Moon Jae-in, já vem propondo um entendimento com a Coreia do Norte há algum tempo. Agora, Kin Jong-um, o líder da Coreia do Norte, fez uma declaração no ano novo sobre a disposição de contatos com a Coreia do Sul, o que pode ser um sinal promissor, ainda que desagrade aos Estados Unidos. Este tipo de entendimento entre um povo que já foi único antes da Segunda Guerra Mundial parece mais positivo, como aconteceu também entre as duas Alemanhas. Não se pode esperar avanços espetaculares, mas no mínimo já é um início, quando já se encontra num estado crítico.

Como é sabido, não existe um acordo de paz entre as duas coreias, mas um simples armistício que já se tentou romper com algumas tentativas do Norte invadir o Sul usando túneis. A zona desmilitarizada existente entre os dois países não conta sequer com tropas da ONU, mas de países que colaboram para que a situação não piore. A Coreia do Sul continua contando com o apoio dos Estados Unidos que lá tem tropas estacionadas, enquanto o Norte conta com o apoio da Rússia, sendo a China a grande importadora de produtos do Norte bem como abastecimento de suas principais necessidades.

O Extremo Oriente, com países importantes como o Japão e a Coreia do Sul, anseia por entendimentos que evitem usos de armas nucleares que causariam danos substanciais na região. Mas existem posições nos Estados Unidos que acham que as pressões sobre a Coreia do Norte começavam a surtir seus efeitos, havendo possibilidade de seu esvaziamento, como colocado num artigo publicado pelo The New York Times, o que estaria sendo almejado por Kim Jong-un.

Os Estados Unidos estão reduzindo a sua influência internacional, notadamente na Ásia. Mas não se pode imaginar que eles tenham a intenção de atacar a Coreia do Norte, utilizando até armamentos nucleares, o que provocaria uma calamidade naquela região. Tanto que os norte-americanos solicitaram a intervenção chinesa e do boicote aprovado nas Nações Unidas.

Espera-se que o bom-senso acabe prevalecendo nesta questão, com o amplo reconhecimento das limitações da Coreia do Norte, consagrando a posição que as presentes dificuldades devem ser superadas pelos entendimentos diplomáticos.



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