Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

A China Continua Atraindo a Atenção do Mundo

8 de fevereiro de 2018
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia e Política, Editoriais e Notícias | Tags: , ,

Na medida em que a China continua aumentando a sua importância no mundo, ameaçando a atual liderança mundial dos Estados Unidos, muitos organismos de comunicação social que têm o seu papel internacional já consolidado destacam aspectos que exigem cuidados dos seus parceiros no exterior.

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Charge do The Economist sobre os investimentos chineses na América Latina

Em Davos, enquanto Donald Trump tentava covencer os presentes que “America First” não significava ela sozinha, o ministro das relações exteriores da China, Wang Yi, estava promovendo a globalização, o livre comércio e a cooperação com a América Latina, oferecendo uma estratégia de benefícios mútuos e ganhos compartilhados, segundo um artigo do The Economist. O ministro chinês falava numa reunião entre a China e a CELAC – Confederação dos Estados da América Latina e Caribe. Eles consideram que a América Latina seja uma extensão natural e participante indispensável da iniciativa Belt and Road da China, nada menos que a nova versão da Rota da China para o Ocidente.

Os chineses estão investindo na infraestrutura da América Latina, chegando a mais de US$ 200 bilhões desde 2014. As exportações da região para a China aumentaram cerca de 30% no ano passado, segundo o BID, tornando-se a maior parceira do Chile e do Peru e chegou perto disto com o Brasil.

As empresas chinesas investiram cerca de US$ 21 bilhões no Brasil, incluindo a compra de geração de energia elétrica e sua transmissão, inclusive portos. Também investem na Argentina e na Colômbia, perdendo interesse na Venezuela que enfrenta seus problemas políticos. Alguns começam se preocupar com a exagerada dependência com a China, pois os demais países no mundo não acompanham a mesma tendência, ainda que se esboce um acordo de livre comércio com a Comunidade Europeia que deve demandar muito tempo. O que exige algum cuidado é a exagerada dependência que implica em aliança política.

O artigo no Atlantic foi assinado por Anna Mitchell e Larry Diamond e se refere ao exagero do governo chinês no controle da vida dos chineses nos seus pontos de vista políticos, como poucas vezes se observou no mundo. Está se chegando a um quadro em que os cidadãos são acompanhados pelas imagens dos vídeos onde são reconhecidos pelas suas fisionomias, bem como todos os meios eletrônicos de comunicação hoje disponíveis num sistema generalizado de vigilância algorítmica, que se chama Golden Shield.

Os que potencialmente podem se tornar perigosos para o atual governo correm o risco de ser marginalizados. Ficam proibidos sistemas estrangeiros como da Google, Facebook e até do The New York Times. Há um sistema de pontuação para todos, dependendo do que pensam, sabendo-se sobre os chineses mais do que eles próprios.

Para o governo não existe mais a privacidade dos seus cidadãos e qualquer expressão dos seus pensamentos acaba afetando as suas pontuações, evitando as dissidências. As grandes organizações privadas chinesas acabam colaborando com o governo. Estima-se hoje que existam 176 milhões de câmeras, devendo chegar a 450 milhões em 2020.

A alegação chinesa é controlar os criminosos, mas estes são selecionados pelo governo. Não existe mais a liberdade de expressão na China, deixando cada vez mais de ser uma democracia no conceito Ocidental.

É evidente que estes pontos de vista também expressam a radicalização que está se observando no mundo, mas acaba exigindo cuidados dos brasileiros para não dependerem exageradamente dos chineses, que também têm suas dificuldades.



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