Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Calamitosa Situação Venezuelana

14 de fevereiro de 2018
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia e Política, Editoriais e Notícias | Tags: , ,

imageOs jornais do mundo todo chamam a atenção para a calamidade do que está acontecendo na vizinha Venezuela, país onde o povo chegou à situação em que não conta com alimentos, com 70% das crianças desnutridas, segundo o relatório da Comissão Interamericana dos Direitos Humanos, entidade da Organização dos Estados Americanos.

Crianças procurando alimentos no lixo na Venezuela

Um país que conta com abundantes reservas de petróleo pode sofrer da chamada doença holandesa, onde todas as demais atividades acabam se contraindo, ficando dependendo somente de uma atividade. Para agravar a situação, Hugo Chaves e depois Nicolas Maduro impuseram uma violenta ditadura, contando com o suporte de suas forças armadas. O boicote imposto àquele país não consegue modificar a situação e parte de sua população migra para o Brasil e para a Colômbia procurando a sua sobrevida, mesmo com condições adversas.

O caminho mais fácil para o Brasil é chegar pelo Estado de Roraima, que não suporta a enxurrada de venezuelanos que chega a Boa Vista, sua capital. O presidente Michel Temer prometeu encaminhá-los para outros estados, que também não estão em boas condições econômicas necessitando do suporte do governo federal.

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Venezuelanos precariamente acampados em Boa Vista, parte que deverá ser transferida para outros estados

Por mais que haja solidariedade dos brasileiros, as condições para receber muitos venezuelanos no Brasil são precárias, havendo necessidade de se organizar um programa para tanto, desde a documentação para trabalharem no país como condições de acomodar os membros de suas famílias.

O que vem sendo constatado é que estas acomodações exigem muito tempo, pois não existe uma oposição forte na Venezuela capaz de modificar seu governo que conta com o apoio maciço de suas forças armadas. Os boicotes econômicos acabam sendo desrespeitados, pois sempre existem países interessados nos seus petróleos baratos.

Lamentavelmente, o boicote determinado pelas Nações Unidas não provoca os efeitos desejados como se observa em muitas partes do mundo. A Organização dos Estados Americanos deveria ter uma determinação mais forte, evitando-se a polarização com os Estados Unidos. O caso sugere que há que se estruturar politicamente os países, pois a intervenção do exterior acaba sempre gerando reações internas.



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