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Supersticiosos Chineses Contam Com Inúmeros Indícios

21 de março de 2018
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais e Notícias, Política | Tags: , , ,

Os chineses costumam ser supersticiosos como outros asiáticos e este ano, além do ano do cão é considerado wuxu, que se repetem a cada 60 anos e é considerado de azar, sendo o ano em que foram derrotados pelos japoneses que induziu ao fim da dinastia Qing. Um inverno sem neve deste ano, apesar de diversos dias de temperaturas abaixo do zero, que costuma prenunciar uma safra agrícola pequena pela falta de água, mas só nevou quando Xi Jinping e seu fiel vice, Wang Qishan, foram eleitos.

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Xi Jinping e seu fiel braço direito, Wang Qishan, agora escolhido vice-presidente

Katsuji Nakazawa, do staff do Nikkei Asian Review, elaborou uma matéria sobre o assunto que foi publicado no site daquele importante jornal. É evidente que toda a crença, ainda que pessimista, possa ser interpretada de forma positiva, na medida em que no dia do Ano Novo chinês nevou, para alegria de muitos chineses. Mas também ocorreu um terremoto na capital chinesa Beijing.

Em 1898, o Imperador Quangxu, impressionado com a derrota para os japoneses, efetuou uma reforma colocando ministros jovens, copiando o que o Japão tinha feito na Revolução Meiji, o que durou somente 100 dias, pois a Imperatriz Caxi, sua tia, promoveu um golpe de Estado que terminou com o sonho de renovação da China. Muitos jovens foram mortos, outros se refugiaram no exterior e a fome dizimou milhões de chineses. A história repetiu-se 60 anos depois com Mao Tsetung, quando ele forçou um avanço significativo na indústria e agricultura chinesa, matando entre 20 a 30 milhões de chineses de fome.

Todos sabem que os chineses não podem se manifestar livremente e a censura tem sido rigorosa sobre a possibilidade de uso das redes sociais sobre expressões como Imperador Xi. Como um hábil estrategista, Xi Jinping antecipou a possibilidade de renovação do seu mandato, bem antes do final deste atual período quando ele enfrenta a possibilidade de ser transformado em pato manco, segundo o articulista.

Na continuidade do processo de combate à corrupção, os potenciais rivais, como Jiang Zemin e Hu Jintao, continuam pressionados sobre seus seguidores. Mas, por via das dúvidas, quando ocorreu a votação das reformas que favoreceram Xi Jinping, as seguranças nas ruas próximas foram reforçadas, para eventuais possibilidades de manifestações populares contrárias.

Por ora, a boa performance econômica da China, mesmo forçada, vem proporcionando à nova classe média chinesa benefícios como acesso aos bens de crescente qualidade, mas o natural é que o desenvolvimento proporcione também aspirações por maior liberdade política, que não está sendo proporcionada pelo atual governo. Mas tudo tem um limite que ainda deve continuar restrito para poucos dissidentes, além de manifestações como os que ocorrem em Hong Kong ou países estrangeiros, onde os chineses ampliaram suas presenças. No Brasil, ainda esta presença é modesta, mas a participação dos chineses em projetos de infraestrutura aumenta, além de criar preocupações com a elevação crescente de matérias-primas mineral e de produtos agropecuários que podem sofrer no mínimo fortes flutuações.



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