Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Copa do Mundo é o Assunto do Momento

8 de junho de 2018
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Economia, Editoriais e Notícias | Tags: , , ,

Quando uma revista da importância mundial como The Economist dedica três artigos sobre o futebol numa só edição é porque está faltando assunto importante no mundo ou este esporte é realmente relevante para a humanidade. Quando os japoneses decidiram formar a sua atual J League fizeram um estudo detalhado sobre a economia dos esportes e constataram que metade de todas as verbas destinadas às atividades esportivas estavam destinadas ao futebol. Xi Jinping decidiu implantar recentemente 20 mil centros de treinamento deste esporte, principalmente voltados às crianças na China. Entre as alternativas colocadas no início deste artigo, ainda que as duas razões possam ser apontadas em conjunto, prefiro acreditar na relevância do futebol, que estimula o intercâmbio internacional e atrai a atenção de multidões.

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Foto da atual Copa do Mundo, constante do principal artigo publicado no The Economist sobre o assunto, que vale a pena ser lido na íntegra

Lamentavelmente, todos os jogos atraem também dirigentes que procuram se aproveitar das paixões humanas e a FIFA está envolvida com problemas de corrupção como muitas entidades nacionais encarregadas de sua administração, notadamente quando envolvem construções e escolhas dos locais dos eventos. Ídolos deste esporte são divulgados “on time” pela televisão, inclusive jogadores brasileiros, desde quando Pelé era identificado com o Brasil. Também algumas seleções nacionais sempre estão bem cotadas, inclusive a brasileira, para vencer a atual Copa. O nosso país não tem aproveitado todas estas condições para outras divulgações como a venda de produtos brasileiros mundo afora, aproveitando estes ídolos.

O futebol é um esporte democrático, havendo países com pequena população e modestos do ponto de vista de desenvolvimento econômico que acabam se destacando, como é o caso do Uruguai, quando a populosa China ainda não conseguiu um destaque internacional. Muitos países com grandes dimensões demográficas e econômicas fazem esforços para desenvolver este esporte entre a sua população, esperando poder tornar-se competitiva internacionalmente.

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Gráfico publicado no The Economist mostrando as diferenças médias de gols entre países com as médias esperadas de um modelo, mostrando que análises mais elaboradas estão sendo efetuadas em outras partes do mundo

As análises efetuadas mostram que existem formas para melhorar o futebol em muitos países, ainda que dependam de talentos de muitos jogadores, fazendo com que o futebol se aproxime da arte que também faz parte de sua prática. A intensificação do futebol entre as crianças é certamente um meio, como o intercâmbio com os países em que o futebol está desenvolvido. Tudo indica que não basta exportar jogadores, mas fazer com que retornem para ajudar a sua boa prática no país de origem. Muitas autoridades de diversos países estão tomando algumas medidas que podem resultar em melhoras ao longo do tempo, aperfeiçoando as disputas dentro do próprio país.

The Economist analisa até com exaustão as diversas experiências efetuadas pelos países que melhoraram o seu futebol, destacando o caso da Alemanha que continua fazendo um esforço sistemático. Países como a Espanha e outros europeus recrutaram craques do mundo todo para o seu futebol, que se tornou um negócio de elevado retorno. Os mais interessados nestes assuntos podem fazer uma leitura mais cuidadosa destes estudos, pois também existem exemplos interessantes de pequenos países, como a Islândia, que estão obtendo sucesso.

Mas a revista também não poderia deixar de descrever um pouco do futebol arte e dos dramas humanos que ficaram marcados na memória de muitos. O primeiro seria a derrota do Brasil para o Uruguai no Maracanã, quando Pelé viu seu pai chorar, segundo o artigo. Jurou vingar e ele o fez em campo, com gols que até hoje são repetidos na televisão. Ou Garrincha, quando Pelé não podia jogar, com dribles com suas pernas tortas, que ainda são recordados constantemente pelos brasileiros.

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Gol de bicicleta de Pelé

Também cita o Maradona, depois da Argentina ter sido derrotada na guerra das Malvinas (Falkland para o Reino Unido) pelos ingleses. Com o famoso gol de mão de Deus e outros memoráveis que ficaram marcados na sua história, como seus dramas com das drogas, que não podem ser esquecidas por todos, com suas alegrias e tristezas.

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Gol de mão do Maradona

Outros casos como a cabeçada de Zidane que foi expulso e provocou a derrota da França, mas foi a vingança dele pelo adversário ter xingado sua mãe, segundo ele, ou a irmã, segundo outros, não se sabe bem até hoje, quando os franceses estavam abalados com a ascensão de Le Pen na política francesa.

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Cabeçada de Zidane que provocou sua expulsão e derrota da França

O futebol por tudo isto e muito mais é, sem dúvida, o esporte mais importante do planeta e a Copa do Mundo, a cada quatro anos, mostra como nos emocionamos com toda a beleza e a miséria que é da natureza humana. The Economist deste próximo fim de semana merece uma boa leitura.



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