Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Guerra Comercial Provocada por Donald Trump

19 de junho de 2018
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia e Política, Editoriais e Notícias | Tags: , ,

clip_image002Os fenômenos econômicos costumam estar interligados e a tributação adicional de alguns produtos importados pelos Estados Unidos, por decisão de Donald Trump, está se alastrando nos seus efeitos, tanto com a natural reação da China que é o principal alvo como até nas cotações das bolsas, afetando o mundo todo.

Escalada da fricção comercial entre os Estados Unidos e a China provoca consequências que não se restringem somente aos dois países. Ilustração publicada no China Daily

No mundo globalizado, as empresas norte-americanas estão instaladas em muitos países e são afetadas nos seus interesses, pois alguns dos seus componentes não podem ser utilizados sem estar sujeitos às dificuldades adicionais. Evidentemente, está havendo uma redução do comércio internacional, pois reações normais estão ocorrendo dos países afetados, que também tomam medidas restritivas para a importação de produtos norte-americanos, chegando até ao petróleo e mantimentos agrícolas, provocando uma tendência de aumento dos seus preços em alguns casos, como quedas nos produtos que estavam destinados à China e que precisam ser deslocados para outros mercados. O Brasil está sendo afetado em muitos mercados, pois seus produtos também sofrem queda de preços, afetando o resultado de algumas empresas. Também os transportes efetuados com os produtos exportados contam com o aproveitamento das cargas de retornos que, se não forem viabilizadas, a tendência é de elevação das tarifas destes serviços diante das dificuldades de uma logística eficiente.

Já existem informações que as ações de algumas empresas multinacionais estão com suas cotações em queda nas bolsas de valores mais importantes do mundo, pois os seus lucros devem diminuir até que todos os ajustes acabem ocorrendo, o que exige um bom tempo.

As dificuldades vão se alastrando não somente nas operações que envolvem os Estados Unidos e a China, como também nas relações entre terceiros países. No mundo globalizado, ninguém ganha com a redução do comércio internacional, ainda que o presidente Donald Trump e alguns dos seus auxiliares imaginem, de forma simples, que isto ajudaria a fabricar produtos que antes eram importados, criando empregos nos Estados Unidos. A recuperação que estava se esboçando entre os norte-americanos corre um sério risco de redução, ainda que exista algum tempo para estes movimentos.

Enquanto isto, como sempre existe a esperança que estas insanidades venham a ser revogadas, há um aumento de incerteza na economia mundial, que não favorece nenhuma iniciativa mesmo para aproveitamento de eventuais vantagens que seriam criadas.



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