Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Cuidados Exigidos Para Análises Adequadas dos Problemas

2 de julho de 2018
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais e Notícias | Tags: , ,

Análises parciais e de prazo inadequado podem levar a conclusões perigosas, quando jornalistas e outros profissionais menos experientes tratam de assuntos sérios sem considerar adequadamente todos os ângulos que envolvem os graves problemas brasileiros, clip_image002como neste período da Copa do Mundo. Existem estudos que concluem que os conflitos entre os Estados Unidos e a China proporcionariam vantagens para o Brasil, o que parece ser duvidoso.

A guerra comercial entre os Estados Unidos e a China não beneficiam a ninguém, nem ao Brasil que poderia suprir parte do que estariam contando com tarifas de importação mais elevadas nos dois países

Nem todos os analistas, jornalistas ou consultores percebem que as cotações como a da soja e do milho exportados pelo Brasil para os países asiáticos usam cotações de Chicago, que tendem a baixar pelas dificuldades de colocação dos produtos norte-americanos na China. Ainda que os produtos brasileiros possam ser encaminhados de forma temporariamente elevada para a China, o que se pode esperar é que aquele país providenciará o aumento de sua produção interna para não depender das importações dos Estados Unidos e de outros países, num prazo mais longo. A redução do crescimento econômico asiático também tende a reduzir as perspectivas de que o Brasil contará com mercados promissores para seus produtos agropecuários naquela região do mundo.

Também a apresentação da questão precipitada do governo criando uma perspectiva de elevação substancial dos custos de planos de saúde diante da coparticipação dos segurados parece algo parecido com um tiro no pé. Se alguns analistas imaginam que os pacientes, principalmente os idosos, podem arcar com aumentos substanciais das tarifas, parece que existe uma visão distorcida da realidade. A tendência será, normalmente, a de aumento da demanda nas instituições governamentais que já apresentam filas como de seis meses para a marcação de simples consultas.

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Lamentáveis filas nos hospitais públicos para atendimento dos pacientes

Muitos hospitais privados e beneficentes deixaram de atender as atividades que não proporcionam resultados, como as consultas nos ambulatórios ou nos chamados pronto atendimento, que, apesar do volume de pacientes, não cobrem os custos destes serviços. Tudo tende a elevar a demanda dos hospitais públicos que já estão sobrecarregados.

Parece difícil que encargos adicionais possam ser arcados pelas instituições privadas quando não cobrem seus custos. Estas e outras questões complexas exigem jornalistas e analistas mais experientes que tenham uma visão adequada dos problemas, considerando todos os seus ângulos, como o que tende a acontecer no período mais longo.



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