Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Desgastes para Xi Jinping nos Atritos com Donald Trump

9 de agosto de 2018
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia e Política, Editoriais e Notícias | Tags: , ,

Ainda que muitos analistas internacionais atribuam às medidas exageradas de Donald Trump dificuldades nas relações com a China, existem opiniões abalizadas, como a do professor de governança Minxin Pei, assessor não residente do German Marshall Fund dos Estados Unidos, que escreve regularmente sobre o assunto, mostrando outras facetas.

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Xi Jinping, ainda que no comando de um país autoritário, estaria enfrentando problemas internos, mais do que Donald Trump

Para muitos analistas ocidentais, nem sempre é fácil interpretar todos os problemas que estejam ocorrendo nas relações como dos Estados Unidos com a China no atual momento quando se acirram os conflitos comerciais entre os dois países. Nos Estados Unidos, apesar das exageradas manifestações retóricas de Donald Trump, muitos produtores agrícolas, como do Green Belt, industriais e até políticos democratas se mantêm cautelosos, não discordando abertamente do atual presidente. Os norte-americanos estavam necessitando de uma forte sacudida que estaria ocorrendo, com todos os seus muitos problemas.

Ainda que Xi Jinping aparentemente tenha se tornado o detentor de todo o poder político na China autoritária, o fato concreto parece indicar que ele não pode esmagar todas as outras correntes políticas existentes naquele país. Notadamente, dos dirigentes políticos ligados aos antigos clip_image004presidentes como Jiang Zemin e Hu Jintao, de forma totalmente impune. As cautelas que eram tomadas por Deng Xiaoping parecem válidas, não se recomendando um destaque internacional exagerado da China como o que se procura com a atual versão das novas Rotas das Sedas, que acabam provocando reações surdas de outros países poderosos.

 

O professor Minxin Pei de governanças escreve regulamente sobre a China e seus relacionamentos internacionais

Do ponto de vista econômico, o elevado nível de endividamento da China apontado pelo FMI, que era de 178% do PIB em 2012, chegou a 251% em 2017. Não estão ocorrendo, com a velocidade desejada, as reformas indispensáveis na China para as suas correções. As privatizações e os controles das estatais obsoletas não estão se processando de forma esperada, gerando naturais críticas internas, além do aumento das preocupações do exterior. Estas observações não podem ser subestimadas, implicando em desgastes para Xi Jinping.

Ele teria que mostrar aos seus críticos ser capaz de corrigir os erros que estão sendo cometidos, que seriam temporários, podendo restabelecer as tendências históricas daquele gigantesco país. A China ainda demorará um bom tempo para ter as condições de superar os Estados Unidos na liderança mundial, notadamente com o desenvolvimento de sua capacidade de gerar novas tecnologias.

Todas as dificuldades internacionais não podem ser simplificadas de forma polarizada como o que está ocorrendo intensamente na imprensa mundial. Existem dificuldades de parte a parte e nem todos surgem claramente nas discussões que estão sendo travadas. Análises mais profundas se tornam indispensáveis para a adequada compreensão dos problemas existentes.



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