Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Japão Que se Preparou Para Terremotos Enfrenta Inundações

17 de setembro de 2018
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais e Notícias | Tags: , , | 6 Comentários »

clip_image002Todos que moram no Japão recebem treinamentos regulares para minimizar os efeitos de possíveis terremotos que ocorrem naquele país. No entanto, agora se tornaram mais elevados os riscos provocados pelas repentinas inundações com as irregularidades climáticas que afetam os japoneses.

Os moradores de metrópoles como Tóquio estão providenciando barcos infláveis para possíveis inundações. Foto constante do artigo no site do Japan Today

Ocupantes de escritórios em prédios que chegam a ter 60 andares descem as escadas ordenadamente, evitando os elevadores que não estariam funcionando, tendo pontos de encontros como em praças públicas, o mesmo acontecendo com que moram em apartamentos. Um dos maiores problemas possíveis são incêndios que possam ocorrer nas vias elevadas, onde caminhões transportam combustíveis em grande quantidade.

Os maiores riscos de terremotos estão previstos para as regiões onde ocorrem as falhas das placas geológicas, mas também podem acontecer em Kobe, que apresentava uma pequena possibilidade, mas afetou muito mais do que esperado, causando mortes e prejuízos materiais.

Mas, com a intensificação da urbanização naquele país, muitas áreas que eram destinadas para atividades agrícolas agora estão ocupadas por muitos edifícios, que estão praticamente ao nível do mar, fazendo com que águas de intensas chuvas causem danos de vida e materiais de volumes gigantescos. As autoridades daquele país estão preocupadas com as providências que precisam ser tomadas com urgência, o que ocorre também em outros países, como os Estados Unidos e as Filipinas, como estão anunciados nos veículos de comunicação social.

Autoridades irresponsáveis não se voltam para os problemas decorrentes do aquecimento global que intensificam as irregularidades climáticas, com o aumento de incêndios de um lado, ao mesmo tempo em que furações de grande porte provocam elevados estragos. Há estimativas que mais de cinco milhões de habitantes teriam que se deslocar no Japão com as grandes inundações, que aumentam os riscos de inundações e deslocamentos, como ocorreu no oeste daquele país recentemente.

Somente em Tóquio, estima-se que mais de 1,5 milhão de habitantes mora abaixo do nível do mar, e especialistas informarm que podem provocar mais de duas mil mortes com prejuizos estimados em mais de US$ 550 bilhões, que são cifras elevadas mesmo para os países desenvolvidos.

Ainda que algumas precauções estejam sendo tomadas, elas aparentam ser tímidas diante das dimensões dos problemas que apresentam elevadas possibilidades de ocorrerem. O pior é que muitos países, ainda que preocupados, não estão tomando o mínimo de medidas para enfrentar estas dificuldades. Isto não só exige providências governamentais como das empresas privadas, pois já ocorreram longas interrupções de suas atividades produtivas com as recentes inundações que aconteceram em diversas regiões.

O Brasil também apresenta estes problemas, ainda que sejam considerados em escala menor. O fato concreto é que está se prevendo o avanço do mar em muitas regiões litorâneas que já sofrem problemas semelhantes, onde o mínimo de medidas assistenciais para a população ainda não estão sequer cogitadas, quanto mais para as atividades produtivas no mundo que está globalizado, dependendo de matérias-primas e componentes vindos das mais variadas partes do mundo.


6 Comentários para “Japão Que se Preparou Para Terremotos Enfrenta Inundações”

  1. Carlos Abreu
    1  escreveu às 13:14 em 17 de setembro de 2018:

    Sem dúvida que a elevação do nível do mar se trata de um problema sério e que está sendo ignorado pela maioria dos governantes. Ainda que se discuta se estas variações extremas do clima se devam realmente ao aquecimento global, medidas simples são sempre auspiciosas. O calor do último verão no Japão provocou quase tantas mortes quanto o terremoto de Hokkaido, as inundações de Julho e o tufão Jebi juntos. Houve um recorde de internações e atendimentos em hospitais e clínicas (+de 10 mil). E mesmo com tudo isso, mantiveram as Olimpíadas para Julho/Agosto de 2020. No mínimo, parece faltar bom senso no governo japonês.

  2. Paulo Yokota
    2  escreveu às 16:57 em 17 de setembro de 2018:

    Caro Carlos Abreu,

    Não é algo muito simples alterar as datas de eventos globais como as Olimpíadas. O que parece mais viável é a mudança de alguns horários evitando-se os mais quentes. Muitos atletas reclamaram até dos tetos que cobriam as quadras do US Open deste ano. Paulo Yokota

  3. Paulo Yokota
    3  escreveu às 08:02 em 18 de setembro de 2018:

    Caro Carlos Abreu,

    Difícil comparar o Catar com o Japão, pelas dimensões. Quando optaram por Catar já se sabia de suas condições climáticas, quando o que está acontecendo agora no Hemisfério Norte parece mais recente, não se sabendo claramente se vai se repetir em 2020. Mas, algumas precauções são recomendáveis, o que não depende somente do país sede.

    Paulo Yokota

  4. Carlos Abreu
    4  escreveu às 17:52 em 17 de setembro de 2018:

    O Catar vai sediar a Copa do Mundo de 2022 e por conta do verão ser muito rigoroso, as datas de Julho foram mudadas para final de Novembro. E isso o Catar, que não é uma potência como é o Japão. Quem conhece o verão normal japonês sabe que é insuportável, sem contar o risco de um tufão ou chuvas intensas (que são imprevisíveis). Na minha opinião, o governo japonês (que já se mostrou incompetente) está correndo um risco e exposto milhões de turistas ao perigo e ao desconforto extremo desnecessariamente. Vamos torcer para dar tudo certo.

  5. Carlos Abreu
    5  escreveu às 09:05 em 18 de setembro de 2018:

    Concordo Sr. Paulo, mas veja, o Japão tem uma temporada de tufões regulares começando em Julho, que geralmente causa muitos danos (fecha linhas de trem e etc) e todo mundo que já foi ao Japão neste período de Julho/Agosto, sabe o quão insuportável é o calor do verão. Mesmo que em 2020 não tenhamos as mesmas altíssimas temperaturas e não ocorra nenhum grande terremoto (praticamente imprevisível) é falta de bom senso marcar um grande evento que atrai a atenção do mundo e traz milhares de pessoas para o país, justamente neste período. Que fosse transferido para o Outono, por exemplo. Como eu disse, é no mínimo correr risco desnecessário e expor as pessoas a um grande desconforto. Um abraço.

  6. Paulo Yokota
    6  escreveu às 07:55 em 19 de setembro de 2018:

    Caro Carlos Abreu,

    Obrigado pelos comentários. Estive mais de 100 vezes no Japão, e morei mais que um ano naquele país, cuja minha dupla cidadania facilita. Conheço o verão japonês que é terrível, principalmente com a elevada umidade. Viajei do sul até Hokkaido algumas vezes e penso conhecer razoavelmente aquele país. Concordo que houve uma decisão inadequada sobre a Olimpíadas, que já ocorreu naquele país há algumas décadas, mas esta é uma decisão que não depende somente dos japoneses, mas de todos os países que participam dela. Acho que não existe mais tempo, senão minimizar os inconvenientes, como evitar os horários de pico de calor. Não tenho dúvidas que vão passar por muitos problemas, que também ocorrem em outros países. Nem sempre fazemos o que desejamos, mas o que podemos.

    Paulo Yokota


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